Influência do estadiamento clínico do adenocarcinoma endometrial na angiogênese
Publication year: 1999
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Angiogênese é a formação de novos vasos sangüíneos, importantes na disseminação de células tumorais, determinando as metástases. Sua quantificação tem sido relatada em vários estados, mostrando que quando presente em grande número nos diversos tumores sólidos, pode ser fator de mau prognóstico, com decréscimo significativo na sobrevida. O carcinoma endometrial, neoplasia de fatores prognósticos bem estabelecidos, tem sido pouco estudado quanto à sua angiogênese. O estadiamento, bem determinado por avaliação clínica e intra-operatória, traduz com relativa fidedignidade, o prognóstico da doença. Com o intuito de avaliar se a neoangiogênese é um fator importante no prognóstico da doença, realizamos o presente estudo, quantificando os vasos e comparando-os com mercadores prognósticos bem conhecidos, os quais sejam o grau de diferenciação histológica do tumor e o estadiamento. Para corar os vasos, utilizamos método imunohistoquímico, o anti-CD34, e para contá-los, método morfométrico computadorizado (KS3OO). Avaliamos carcinomas endometrióides do endométrio bem, moderadamente e pouco diferenciados (GI-10 casos, GII-13 casos, GIII-12 casos). Como controle, selecionamos endométrios normais (atróficos-11 casos e proliferativos-l0 casos). Quanto ao estadiamento, 20 pacientes pertenciam ao estádio I, 4 ao II, 9 ao III e 2 ao IV. A análise dos vasos foi realizada por dois observadores, avaliando-se 10 campos de 1OOx de aumento, e ao final estabelecia-se a média. O local determinado para a contagem foi a interface do crescimento tumoral com o estroma adjacente. Nos controles, era avaliada a interface das glândulas endometriais com o estroma adjacente. A média de vasos contados foi de 11,6 para o endométrio atrófico; 13,2 para o proliferativo; 15,3 para o adenocarcinoma GI; 19 para o adenocarcinoma GII e 22,7 para o adenocarcinoma GIII. Nossos resultados mostraram que o adenocarcinoma pouco diferenciado, quanto à angiogênese, é estatisticamente superior ao endométrio normal (atrófico e proliferativo) e ao carcinoma bem diferenciado. O adenocarcinoma moderadamente diferenciado só se mostrou mais angiogênico do que o endométrio atrófico. Os carcinomas GII e GIII não apresentaram diferenças significantes. A contagem de vasos no carcinoma GI e nos endométrios proliferativo e atrófico foram semelhantes. A angiogênese não sofreu influência do estadiamento, como fator isolado, e nem mesmo nos grupos individualizados pelos graus de diferenciação