Correlaçäo de parâmetros urodinâmicos e clínicos em poirtadores de incontinência urinária pós prostatectomia
Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Não existe consenso na literatura a respeito da etiologia da incontinência urinaria pós prostatectomia, observada com a realização do estudo urodinâmico. Procurou-se verificar os resultados do estudo urodinâmico após 3 tipos de cirurgia: resseção transuretral (RTU), prostatectomia aberta (PA) e prostatectomia radical retro púbica (PR) e comparar os achados com as características dos pacientes. Foram estudados de maneira retrospectiva, 146 pacientes com diagnóstico de incontinência urinaria pós prostatectomia, encaminhados para a realização do estudo urodinâmico. Foram separados em 3 grupos, de acordo com a cirurgia realizada: 81 após RTU, 44 após PA e 21 após PR. A incontinência urinaria foi classificada, com base na sintomatologia apresentada, em 3 tipos: incontinência total, de esforço e de urgência. Para testar a homogeneidade entre os grupos, comparou-se a idade e o intervalo de tempo entre a realização da cirurgia e do estudo urodinâmico. , Utilizaram-se testes não paramétricos para as análises estatísticas, exceto para a comparação das idades. Procurou-se correlacionar a classificação clínica da incontinência com sua etiologia no estudo urodinâmico. A idade dos pacientes variou de 45 a 88 anos (média 69 anos), e o intervalo entre a cirurgia variou de 2 a 168 meses (mediana 12 meses), não havendo diferença significante entre os grupos. A incontinência de esforço foi mais freqüente no grupo PA , em relação ao grupo RTU (p=0,O1). A incontinência total foi mais freqüente no grupo RTU que no grupo PA (p=O,OO2). As causas da incontinência, observadas no estudo urodinâmico, não variaram de forma significante, com o tipo de cirurgia realizada (p>O,O5). Fluxo máximo, capacidade cistométrica máxima, volume residual e pressão máxima de fechamento uretral, não mostraram diferença significante entre os grupos. O comprimento funcional da uretra foi o único parâmetro urodinâmico analisado, que mostrou diferença entre os grupos, sendo menor no grupo PR (p=O,OO5). A disfunção vesical foi mais freqüente nos pacientes com mais de 70 anos (p=O,OOl) e sua presença teve relação com o aumento da idade (p=O,OO3). A incontinência de esforço e a incontinência total guardaram boa relação com o achado urodinâmico de insuficiência esfincteriana (VPP= 83 por cento, VPN= 92 por cento). A incontinência de urgência apresentou, em relação ao achado de disfunção vesical, um VPP satisfatório (VPP= 92 por cento), porém o VPN mostrou fraca relação (VPN=42 por cento)..(au)