Escherichia coli produtora de toxina Shiga: prevalência no reservatório animal, marcadores de virulência e análise da estrutura clonal

Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Dentre as diversas categorias diarreiagênicas de Escherichia coli, as amostras produtoras de toxina Shiga (STEC) destacam-se pela potencial letalidade, principalmente em crianças, decorrente de graves seqüelas extra-intestinais e pelo importante papel de animais, especialmente bovinos, como reservatórios destas bactérias para o ser humano. Apesar da relativa baixa ocorrência de STEC como agente de diarréia humana em nosso meio, dados prévios revelaram a predominância desta categoria em produtos cárneos comercializados no Rio de Janeiro. O presente estudo buscou avaliar em relação a STEC a sua ocorrência em bovinos no Estado do Rio de Janeiro, caracterizar a presença de mercadores de virulência em amostras previamente isoladas de alimentos e analisar a possível estrutura clonal de amostras isoladas de diferentes origens em nosso meio. Uma elevada ocorrência de STEC foi caracterizada pela amplificação por PCR de seqüências genéticas de stx em 71 por cento das 197 amostras fecais de bovinos analisadas, sendo maior em animais de regime leiteiro (82 por cento) quando comparada a animais de corte (53 por cento). Constatou-se ainda, após ensaios de hibridização com sondas genéticas, a predominância da presença simultânea das toxinas Stx1 e Stx2 (58 por cento) nas amostras amplificadas. Através da utilização de meio seletivo (TC-SMAC), foi possível o isolamento de 3 amostras STEC pertencentes ao sorotipo 0157:H7 provenientes de 3 animais distintos, sendo este o primeiro relato do isolamento de amostras deste sorotipo no Brasil. Doze amostras STEC adicionais foram obtidas a partir de amostras fecais positivas ufilizando-se um protocolo de isolamento baseado em PCR. A predominância do genótipo stxl/stx2 foi confinada entre as amostras isoladas.

A expressão da citotoxina foi caracterizada em todas as amostras à exceção de 2 pertencentes ao sorotipo 0157:

H7. A caracterização de mercadores de virulência foi analisada em 21 amostras STEC de origem alimentar acrescidas de 8 amostras de origem bovina (5 isoladas de animais diarréicos e as 3 amostras 0157:H7 isoladas neste estudo) e 4 amostras isoladas de crianças diarréicas. De modo geral as amostras de origem humana e animal apresentaram um perfil de virulência compatível com aquele descrito para o subgrupo mais virulento das STEC, constituído pelas amostras enterohemorrágicas (EHEC), principalmente pela presença do gene eae, da produção de enterohemolisina e por uma interação eficiente e característica ...(au)

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