Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Trata-se de um estudo de seguimento de dois anos, através de duas ondas de inquéritos multidimensionais domiciliares, com uma coorte de 1667 idosos de 65 anos ou mais vivendo na comunidade. O objetivo é identificar os fatores associados à quedas e à quedas recorrentes, determinando o peso relativo de cada fator como preditor de risco para quedas. Foi realizada uma análise de regressão logística, passo a passo, com p < O,05 e IC de 95 por cento. Os resultados de base não diferiram dos resultados do seguimento quanto aos idosos que caíram no ano anterior.
Os fatores relacionados a ocorrência de quedas em qualquer momento do estudo foram:
antecedente de fratura (OR=4,6 95 por cento IC 2,23-9,69), sexo feminino (OR= 2,3 95 por cento IC 1,70-3,06), visão ruim ou péssima (OR= 1,5 vezes IC 1,12-1,97), grau de dificuldade na realização de atividades de vida diária: cerca de 1,5 vezes maior chance de quedas para idosos com l a 3 atividades comprometidas (95 por cento IC 1,14-2,03) e cerca de 2,5 vezes maior para idosos com 4 ou mais atividades físicas comprometidas (95 por cento lCl,47-4,05). Em relação aos idosos que caíram de forma recorrente, o modelo preditivo foi acrescido das variáveis estado conjugal e ler como atividade de jazer. Os fatores associados à quedas recorrentes em idosos foram- história prévia de fratura (OR=7,7 95 por cento lC3,24-18,57), sexo feminino (OR=1,7 95 por cento IC 1,03-2,95); estado conjugal- viúvos, desquitados ou solteiros (OR=1,6 vezes 95 por cento IC 1,00-2,52), não referir leitura como atividade de lazer (OR=1,5 95 por cento IC 1,03-2,37), visão ruim ou péssima (OR=1,5 95 por cento lCl,OO-2,34) e grau de dificuldade em atividades físicas.- l a 3 atividades físicas comprometidas (OR=2,3 95 por cento IC 1,49-3,78) e 4 ou mais atividades físicas comprometidas (OR=3,3 95 por cento IC 1,58-6,93). O estudo demonstra a importância de se analisar os fatores associados à quedas em idosos, pois determinam as chances de ocorrência desses eventos, baseadas em modelos preditivos, estimando-se riscos individuais e principalmente, identificando-se perfis de risco. Aponta a necessidade de se implementar ações reabilitadoras e preventivas, no sentido de diminuir os fatores de risco potencialmente modificáveis, como é o caso da capacidade funcional e da visão, que tiveram um peso relevante na predição do risco para queda