Videoangiografia digital com indocianina verde nas coriorretinopatias traumáticas contusas
Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
A videoangiografia digital com indocianina verde (VDIV) no trauma ocular tem sido estudada apenas recentemente (AREND et al., 1995; BALTATZIS et al., 1997; PEREIRA et al., 1998; KOHNO et al., 2000). A VDIV permite a análise detalhada da circulação coróidea, além de complementar as observações obtidas pela videoangiografia digital com fluoresceína sódica (VDFS) (GUYER et al., 1992; ARANA, 1995; AWAD, 1995; YANNUZZI, FLOWER, SLAKTER, 1997). Este estudo visa descrever o padrão das alterações nas coriorretinopatias traumáticas contusas na avaliação pela VDIV, compará-las com as obtidas pela VDFS e avaliar o valor diagnóstico adicional da VDIV em relação à intervenção terapêutica e prognóstico. Foram estudados 34 olhos de 33 pacientes, com história de traumatismo ocular contuso e alterações no segmento posterior do olho, sendo submetidos a exame oftalmológico completo, VDFS e VDIV. Nos pacientes portadores de roturas traumáticas de coróide, foi encontrado, como principal achado da VDIV, hipofluorescência linear, por não perfusão, correspondendo à rotura de coróide, permitindo a delimitação da quantidade, extensão e localização com precisão nas fases iniciais e tardias. A VDFS, por sua vez, hipoestimou as roturas de coróide nas fases iniciais r as hiperestimou nas fases tardias, dando a falsa impressão de um tamanho maior das roturas de coróide. Na detecção de roturas de coróide ocultas pela presença de hemorragia sub-retiniana e identificação de membranas neovasculares sub-retinianas, a VDIV se mostrou superior à VDFS com diferenças estatisticamente significativas. A comoção retiniana, múltiplos pontos de vazamento e áreas de aumento da permeabilidade foram notados, sugerindo a presença de quebra de barreiras vasculares com edema extracelular. Na coriorretinopatia esclopetária, observou-se preservação moderada dos médios e grandes vasos da coróide, associada à alterações proeminentes na interface vítreo-retiniana, com hipofluorescência por não perfusão em graus variáveis e bloqueio hemorrágico e/ou pigmentário em menor intensidade que na VDFS, demonstrando que a coróide apresenta maior resistencia que a retina à lesão termo-mecânica pela passagem do projétil. Não foi notado valor potencial prognóstico em relação à VDDS em termos de proposição terapêutica e acuidade visual final na rotura retiniana, alterações do epitélio pigmentado da retina e do nervo óptico