O tamoxifeno vem sendo utilizado na quimioprevenção primária do carcinoma em mulheres de alto risco; entretanto, pouco se sabe a respeito dos seus efeitos no tecido mamário não neoplásico. Estudou-se, prospectivamente, em mulheres no menacme, os efeitos do tamoxifeno quando administrado durante 50 dias, nas doses de 5, 10 e 20 mg/dia, por meio da imunoexpressão do anticorpo monoclonal Ki-67 (clone KI-SS) no epitélio mamário adjacente ao fibroadenoma. Avaliou-se, de forma aleatória, em duplo-cego, 58 pacientes eumenorréicas, que foram divididas em quatro grupos: Grupo A (N=13; placebo), Grupo B (N=16; 5mg/dia), Grupo C (N=14; 10mg/dia) e Grupo D (N=15; 2Omg/dia). Todas receberam a medicação a partir do primeiro dia do ciclo menstrual e as cirurgias foram realizadas no último dia da medicação. Contaram-se, pelo menos, 500 células (coradas ou não) através de microscopia de luz (4OOx), acoplada a um sistema digital de captura e análise de imagem.

A porcentagem média de núcleos corados foi calculada para todos os grupos:

no Grupo A foi de 2,04 (EP=0,34); no Grupo B, de O,70 (EP=0,19); no Grupo C, foi O,42 (EP=0,24) e, no Grupo D, de O,09 (EP=0,04). A análise de variância revelou haver diferença estatística entre os grupos (p < O,OO1), e o teste de comparações múltiplas de Tukey confirmou haver redução significativa da imunoexpressão do anticorpo monoclonal KI-67 nos Grupos B, C e D. Concluindo, o tamoxifeno, o nas doses de 5, 10 e 2Omg/dia, durante 50 dias, reduziu de forma significante a imunoexpressão do anticorpo monoclonal KI-67 no epitélio mamário de pacientes no menacme. Não houve diferença significante entre os grupos que receberam 5, 1O e 20 mg ao dia de tamoxifeno