Descreve levantamentos de fluorose dentária realizados em escolares, pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Säo Paulo 9FSP-USP) em parceria com instituiçöes estaduais e municipais do Estado de Säo Paulo, no período de 1995 a 1998. Foram levantamentos exploratório e associados a pesquisas de prevalência de cárie dentária, utilizando amostras probabilísticas para esse agravo; conduzidos nos municípios de Santos, Säo Vicente, Säo Paulo (dois estudos), Santo André, Säo Bernardo do Campo, Säo Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeiräo Pires e Rio Grande da Serra. Utilizaram recomendaçöes da Organizaçäo Mundial da Saúde (OMS) que preconizam uso dos critérios do Indice de Dean (1934). Informaçöes referentes a populaçöes e variáveis de estudo; calibraçäo dos examinadores; coleta e tabulaçäo dos dados; e aspectos éticos foram levantadas a partir dos relatórios produzidos pelas pesquisas. Os bancos de dados foram fornecidos pela FSP-USP e os dados organizados segundo variáveis comuns: idade (5 a 12 anos), sexo, grupo étnico e examinador. Para cada idade e para o intervalo de 5 a 12 anos, foi calculado Indice de Fluorose Dentária da Comunidade (CFI) e intervalos de confiança para proporçöes de escolares com ausência de fluorose dentária (condiçäo normal + fluorose questionável). A análise dos intervalos de confiança indica que, à medida que aumentou a idade, diminuiu a proporçäo de casos de ausência de fluorose em todos os municípios e que os municípios de Rio Grande da Serra e Ribeiräo Pires apresentaram as maiores prevalências, seguidos por Säo Caetano do Sul, Säo Vicente, Santos e Mauá. Os valores do CFI de Rio Grande da Sserra e Ribeiräo Pires os coloca no significado "leve" para a saúde pública em relaçäo à fluorose dentária. Em relaçäo aos dois estudos de Säo Paulo, houve diferença estatisticamente significativa, com maior prevalência em 1998 (p<0,001). Para a variável sexo, foi observada diferença estatisticamente significativa em Diadema (p=0,031) e Säo Paulo (p<0,001), com maiores prevalências respectivamente nos sexos feminino e masculino. Em relaçäo a grupo étnico, diferenças estatisticamente significativas (p<0,01) foram observadas em Santos, Säo Caetanos do Sul e Säo Paulo, com indicadores mais elevados para näo brancos (amarelos, negros e pardos). Devido à característica exploratória dos estudos, os examinadores näo tinham atingido percentuais de concordâncias aceitáveis pela OMS e isso é observado nos resultados