O presente estudo se propôs apreender o jogo da diferença entre as formas de cuidar expressas na prática profissional da Enfermagem. Dentre um leque de modulações salientou como pólos extremos desta diferença a forma mecânica - racional e a sensível-solidária do cuidado.

A proposta de investigação foi desenvolvida pautada nos seguintes pressupostos epistemológicos:

o formismo, descrição que respeita a relação parte e todo, a inteireza do objeto; o pensamento libertárío, a liberdade de olhar, criar, inventar sem imposiçöes; a sensibilidade relativista, a atenção às diferenças e todos os aspectos constitutivos do objeto e a posição não dualista, isto é, o pensamento da pluralidade. Para abarcar a polissemia do cuidar destacou-se os cuidadores de enfermagem como sujeitos deste estudo.

Duas formas de abordagem foram selecionadas para a coleta de dados:

dinâmica de grupo e entrevista individual. A primeira desenvolvida através de jogos pedagógicos. Narrativas, desenhos, expressões, gestos apontaram a marca do racional na ação de cuidar e a emergência e necessidade do sensível; esboçaram o perfil do cuidador e revelaram o interstício de um quotidiano rico em astúcias, transgressões, solidariedade e éticas particulares. A fundamentação para a leitura dos dados que contemplou a recepção da experiência dos sujeitos, alicerçou-se nas visões de mundo que marcam este século e no pensamento do sociólogo Michel Maffesoli