Objetivo:

Analisa a fauna de culicídeos antes e depois à formação do lago da Usina Hidrelétrica Porto Primavera, município de Presidente Epitácio, Estado de São Paulo, Brasil, área com antecedentes na transmissão de malária e febre amarela, para avaliar os vetores de forma a contribuir à definição de riscos potenciais ao retorno dessas e de outras doenças.

Métodos:

Culicídeos adultos e imaturos (larva/pupa) foram coletados mensalmente um ano anterior (1ª fase) e um ano posterior (2ª fase) à formação do lago, em diferentes hábitats. Os adultos foram coletados com Aspirador pela manhã e com Armadilha CDC e Armadilha de Shannon em horários próximos ao crepúsculo, e os imaturos com conchas de 500ml. Foram levadas em conta a interferência de temperatura e chuva na variabilidade temporal da composição faunística específica nos hábitats investigados.

Resultados:

Ocorreram 92 espécies ou grupos de culicídeos. Os gêneros mais destacados de esécimes adultos foram Culex, Mansonia, Aedeomyia, Aedes e Anopheles. Este último, apesar do menor número de espécimes, teve Anopheles darlingi como uma espécie elevadamente beneficiada com o lago. Ad. squamipennis, Ma. humeralis e Cx. (Mel.) ocossa foram os adultos mais abundantes, e Cx. (Cux.) Grupo Coronator os imaturos mais freqüentes, nas duas fases. Houve grande variação em diversidade de espécies, nas duas fases do estudo.

Conclusão:

Espécies vetoras de malária e arboviroses,de importância epidemiológica, podem resistir ao impacto do lago, o que ressalta a necessidade de estudos faunísticos para os programas preventivos que venham a ser implementados na região