Estudo retrospectivo das alteraçöes bucais em mulheres HIV positivas
Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Odontologia to obtain the academic title of Professor Livre Docente. Leader:
Desde as primeiras publicaçöes sobre a epidemia pelo HIV, manifestaçöes bucais foram notadas, nos pacientes infectados. Durante a primeira década da epidemia uma grande quantidade de lesöes bucais foram identificadas e estudadas predominantemente em homens homossexuais e bissexuais. Mas a doença começou a se espalhar entre as mulheres e seria necessário o estudo destas lesöes nesse grupo de pacientes. Desta forma, os objetivos deste estudo foram conhecer melhor a prevalência destas manifestaçöes nas mulheres HIV positivas, determinar a associaçäo entre sua presença e a condiçäo clínica e imunológica das pacientes e entre sua presença e o uso ou näo de terapia antiretroviral. Nós estudamos 241 prontuários de mulheres HIV positivas atendidas no Centro de Atendimentos a Pacientes Especiais da Faculdade de Odontologia da Universidade de Säo Paulo, no período de julho de 1989 a julho de 2000. Nossos resultados mostraram que as lesöes bucais ocorreram em 46 por cento das pacientes atendidas. As lesöes encontradas foram candidíase (44,8 por cento), afta (10,8 por cento), leucoplasia pilosa (9,1 por cento), herpes (5,4 por cento), ulceraçäo (4,1), periodontite necrotizante (3,7 por cento), eritema gengival linear (1,7 por cento), gengivite necrotizante (0,8 por cento), paracoccidioidomicose (0,4 por cento) e condiloma acuminatum (0,4 por cento). Concluímos que as lesöes bucais säo comuns na mulheres HIV positivas, porém ocorrem menos freqüentemente que nos homens homossexuais e bissexuais. A candidíase foi a infeçäo oportunista mais freqüente. A associaçäo das lesöes bucais com baixas contagens de linfócitos T CD4 sugerem o seu papel de marcadores da imunossupressäo e AIDS