O objetivo desta investigação foi determinar os fatores de risco na evasão escolar na rede pública de 1§ grau, visando à redução do fracasso escolar. A amostra foi composta de 74 escolares de ambos os sexos (47 masculino e 27 feminino) residentes em três regiões administrativas: Norte, Sul e Sudeste da cidade de Teresina - Piauí, evadidas dos Centros Integrados de Educação Comunitária (Mocambinho, Parque Piquí e Itararé).

Os dados aqui analisados giraram em torno de três axes principais:

a identificação dos fatores de risco no ambiente escolar e familiar; a determinação das causas da evasão escolar e o estabelecimento de relação causal entre os fatores de risco e as causas do abandono escolar. Para a obtenção dos objetivos, foram utilizados três questionários.

Foram identificados como principais fatores de risco familiar:

densidade habitacional elevada, 10,3 pessoas em média por família; 62,2 por cento das familías percebem menos de um salário mínimo, apresentando um nível de escolaridade elementar; 50,0 por cento dos chefes de família cursaram apenas o 1§ grau menor (primário) e 60,8 por cento dos cônjugues são analfabetos. O tipo de ocupação é predominantemente rural (50,0 por cento) e 16,2 por cento não possuem renda. O tipo de habitação apresentou-se bastante precário 45,9 por cento das famílias residem em casa de taipa, sendo 52,7 por cento cobertura de palha e apenas 9,5 por cento com piso coberto por cerâmica, 51,4 por cento do lixo e 55,4 por cento dos dejetos são jogados a céu aberto. A presença de material educativo no lar é representado pela televisão, 51,4 por cento e apenas 10,8 por cento possuem livros de estórias infantis. A dinâmica das relações pessoais e sociais na família é representada por brigas constantes envolvendo 32,4 por cento dos membros, violência paterna 32,4 por cento e descaso materno 23,0 por cento. Esta instabilidade familiar é afetada em 62,2 por cento, pela renda familiar. Quanto ao uso de drogas por membro familiar, 43,2 por cento dos pais são alcoolistas e 9,4 por cento das crianças estudadas fumam maconha. O padrão alimentar dessas famílias apresentou-se bastante deficiente: 62,0 por cento fazem duas refeições diárias. No meio ambiente escolar, as instalações físicas, sanitárias e de funcionamento mostraram-se satisfatórias. No entanto, o dinamismo das relações escola/família, apresentou-se enfraquecida pois a escola não questiona as causas do abandono escolar no domicílio. Com referência às causas do abandono