Estudo metodológico, cuja finalidade foi a de construir e analisar a validade e a fidedignidade de uma escala para medida da imagem corporal. Em seu desenvolvimento foram percorridas quatro etapas, a saber, construção dos itens da escala, análise da validade de conteúdo dos itens, análise da fidedignidade (estabilidade) e análise da validade de constructo (consistência interna e análise de componentes principais). Os três componentes ou dimensões da imagem corporal descritos por Price (1990a, 1990b) - realidade, ideal e apresentação corporal - orientaram teoricamente a formulação dos itens da escala. A listagem inicial de itens foi submetida à avaliação de um corpo de 7 juizes para análise da validade de conteúdo, sendo excluídos aqueles com índice de concordância < 0,80. Para a análise da fidedignidade foi utilizado o método do teste-reteste, aplicando-se a versão preliminar da escala, em duas ocasiões distintas, a uma amostra de 24 sujeitos, com intervalo de duas semanas entre as duas aplicações. Obteve-se um r=0,71 para os escores das respondentes no teste-reteste e um a=0,84 para o total de trinta e nove itens, indicativos de que a medida era estável e apresentava boa consistência interna. Posteriormente, a escala foi aplicada a uma amostra de 375 sujeitos, completando-se a construção da medida com a análise da validade de constructo em que se utilizou dois procedimentos analíticos: a) avaliação da consistência interna de medida através do coeficiente r de Pearson entre cada item específico e a escala total, e da contribuição de cada item específico para o desempenho do coeficiente a de Cronbach; b) verificação dimensionalidade da medida, utilizando-se para isso o método dos componentes principais. Após esses procedimentos, a versão final da medida ficou composta por vinte e três itens, dos quais 7 (30,4 por cento) dizem respeito ao componente realidade corporal, 11 (47,8 por cento) ao componente ideal corporal e 5 (21,7 por cento) ao componente apresentação corporal. A Escala de Medida da Imagem Corporal apresentou ao final um índice geral de consistência interna adequado (a = 0,91), demonstrando ser um instrumento confiável para o diagnóstico de alterações na imagem corporal. Considera-se recomendável que a escala seja testada em diferentes populações, para confirmação de sua validade cliníca