A samambaia (Pteridium aquilinum), planta originalmente freqüente em regiões tropicais, prolifera em áreas de desmatamento. Em regiões onde ocorre infestações das pastagens por esta planta, a sua ingestão pelo gado, tem sido relacionada com o aparecimento de neoplasias de trato digestivo e urinário, em bovinos. Em muitos países, como o Brasil e o Japão onde o broto da samambaia é também utilizado na alimentação humana, a literatura relaciona a sua ingestão a uma maior incidência de câncer de esôfago humano. Considerando que a literatura relaciona a ingestão de samambaia ao aparecimento de neoplasias e que as alterações cromossômicas estão relacionadas ao surgimento do câncer, este trabalho, com o objetivo de tentar compreender melhor o mecanismo de ação da samambaia, constou de um estudo citogenético in vitro e outro in vivo: o primeiro feito em linfócitos de sangue periférico, de humanos, submetidos à solução de samambaia, enquanto que o segundo em células peritoneais e da medula óssea de camundongos Swiss expostos à solução de samambaia e aos seus extratos. Estatisticamente os dados obtidos a partir do estudo in vitro nao demonstraram aumento significativo na frequência de alterações cromossômicas nos linfócitos submetidos à solução de samambaia. Por outro lado, os dados obtidos a partir do estudo citogenético das células peritoneais dos camundongos Swiss submetidos ao extrato e à solução de samambaia, demonstraram que a samambaia induz alterações cromossômicas nessas células, evidenciando diferenças no modo de ação dos extratos quanto aos tipos de alterações cromossômicas. Deste modo, o extrato etanólico demonstrou atividade principalmente aneugênica, enquanto que, o extrato hexânico ação essencialmente clastogênica. A solução de samambaia in natura demonstrou ser clastogênica para as células peritoneais. Nas células da medula óssea, entretanto, somente o extrato hexânico e a solução de samambaia mostraram clastogenicidade