Dor crônica decorrente de mielopatias: aspectos clínicos e terapêuticos
Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Oitenta e um doentes com dor mielopática crônica foram avaliados e tratados no Centro de Dor da Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo durante o período compreendido de janeiro de 1996 a dezembro de 1999. Eram do sexo masculino 57 (70,4 por cento) doentes. A média das idades foi 46,4 anos e a média de duraçao das mielopatias foi 66,1 meses. A mielopatia localizou-se na medula cervical em 28,4 por cento dos casos, na medula torácica em 44,4 por cento e, no cone medular em 27,2 por cento. Foi decorrente de Faf em 43,2 por cento dos casos, traumatismos fechados em 32,1 por cento, tumores raquimedulares em 6,2 por cento, esclerose múltipla em 5,0 por cento, processos infecciosos ou parasitários 3,6 por cento, iatrogenias em 5,0 por cento, isquemia medular em 1,2 por cento e, siringomielia, em 1,2 por cento. Foi diagnosticada síndrome de secçao da medula espinal em 35,1 por cento dos casos e lesao incompleta em 64,2 por cento. Queimor foi o descritor mais empregado para descrevê-la. A média da intensidade da dor, quando do primeiro atendimento foi, 9,4. A dor instalou-se durante a primeira semana após a ocorrência da mielopatia em 43,2 por cento dos casos, do final da primeira ao final da quarta semana em 21,0 por cento e, após a quarta semana, em 35,8 por cento. Foi classificada como segmentar em 30,9 por cento dos casos e distal em 69,1 por cento. Em 42,9 por cento dos casos, foi identificada síndrome dolorosa miofascial e, em 34,6 por cento, espasticidade moderada ou intensa. Nao foi constatada relaçao entre a intensidade da dor e os sexos, faixas etárias, localizaçoes, gravidades e duraçao das mielopatias, naturezas neuropáticas da dor, ocorrência ou nao de SDM e momento da instalaçao da dor em relaçao às mielopatias. A dor foi significantemente mais intensa em doentes que apresentaram mielopatias decorrentes de Faf (p < 0,001) e em doentes que nao apresentaram espasticidade moderada ou intensa (p= 0,014). Todos os doentes foram submetidos a tratamento fisiátrico e fizeram uso de antidepressivos tricíclicos, neurolépticos e ou anticonvulsivantes e ou antiinflamatórios nao hormonais...