Objetivo:

Avaliar 828 ex-trabalhadores expostos ao asbesto quanto aos índices de exposiçäo,l diagnóstico por imagem e alteraçöes clínicas e funcionais, comparando os portadores de espessamento pleural aos näo portadores.

Métodos:

Foram realizadas anamnese ocupacional, questionário de sintomas respiratórios, espirometria, Rx de tórax e tomografia computadorizada de tórax de alta resoluçäo (TCAR). Foi adotado, na TCAR, critério similar ao Rx de tórax (ILO-1980) para medir extensäo e largura do espessamento pleural. Foi criado um escore, variando de 0-3, de acordo com a soma da extensäo em ambos os hemitóraces.

Resultados:

246 (29,7 por cento) trabalhadores apresentavam espessamento pleural. Eles tiveram índices de exposiçäo significativamente maiores. Com a TCAR como padräo-ouro, o Rx de tórax mostrou sensibilidade de 74 por cento e especificidade de 85,7 por cento, com 16,7 por cento dos casos falso-positivos devidos à gordura extrapleural e 82,8 por cento dos falso-negativos representados por pequenos espessamentos na TCAR. O grupo com espessamento pleural teve médias inferiores de capacidade vital forçada (CVF) e volume expiratório forçado (VEF1). Modelos de regressäo linear múltipla para determinaçäo da CVF e do VEF1 incluíram espessamento pleural como variável independente significativa. Modelo de regressäo logística para determinaçäo da dispnéia mostrou o espessamento pleural como variável independente signifcativa (OR=1,30; IC=1,24-2,01).

Conclusöes:

Conclui-se que a extensäo do espessamento representa uma boa estimativa de exposiçäo, havendo uma correlaçäo entre os escores de espessamento e os índices de exposiçäo. O Rx mostrou sensibilidade maior que a descrita na literatura e boa especificidade. As relaçöes entre espessamento pleural, dispnéia e alteraçöes funcionais permitem sua classificaçäo como doença ocupacional.