Identifica alguns dos fatores que contribuem para as dificuldades da orientaçäo familiar no atendimento à criança portadora de Paralisia Cerebral. Partindo da análise da organizaçäo dos conhecimentos científicos em torno da paralisia cerebral e seus desmembramentos, identificando os aspectos que o tornam vulneráveis, impedindo assim a atuaçäo crítica dos profissionais e familiares envolvidos no processo terapêutico. Discute como as atitudes e percepçöes em torno da Paralisia Cerebral e da deficiência interferem na abordagem terapêutica da criança portadora e dificultam ou impossibilitam a concretizaçäo da orientaçäo familiar. Verifica que os significados da Paralisia Cerebral e da deficiência säo contextualizados social, cultural e temporalmente e carregam consigo forte carga emocional pertinente à todos os atores envolvidos no processo: crianças, familiares e profissionais de saúde. Aborda a história da família e da criança como suporte para a compreensäo do papel exercido pela criança na nossa sociedade e a conseqüente repercussäo do nascimento de uma criança portadora de grave deficiência, no contexto familiar. Analisa também as expectativas, os conflitos e os sentimentos presentes na gestaçäo e discute a questäo do mito do amor materno e como essas situaçöes alocam-se diante da criança portadora de Paralisia Cerebral e como interferem no processo terapêutico, em especial na orientaçäo da familiar. A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo com base na fala dos sujeitos através da Representaçäo Social. Foram envolvidos em entrevistas abertas, seis fisioterapeutas que atuam na área de neurologia infantil e nove mäes de crianças portadoras de quadro grave de Paralisia Cerebral, que utilizam esse serviço que serviram de base para construçäo do discurso do sujeito coletivo.