Estuda aspectos da biologia dos morcegos hematófagos, Desmodus rotundus, e analisar a eficácia da pasta vampiricida 2 por cento na reduçäo de suas colônias, quando tratados indivíduos de sexo diferente. Em 1999 e 2000, 626 indivíduos foram capturados em redes-de-espera, armadas a noite na entrada de 12 abrigos diurnos do Estado de Säo Paulo. Esses morcegos foram marcados, medidos, tratados ou näo e soltos novamente. Foram feitas estimativas visuais do tamanho e distribuiçäo das colônias dentro do abrigo. Foram tratados com a pasta, em cada abrigo, 10 por cento da populaçäo de D. rotundus inicialmente avaliada. Em um grupo foram tratados apenas machos (Experimento I), em outro apenas fêmeas (II) e no último 5 por cento de machos e 55 de fêmeas (III). Após 5 e 10 dias, foi feita a contagem dos número de carcaças e indivíduos sobreviventes. As colônias estudadas tinham em média ca.130 indivíduos, distribuídos em um a três nichos principais e em diversos grupos pequenos. Indivíduos solitários foram também observados. Morfologicamente, fêmeas foram maiores que machos no comprimento dos antebraços e na massa corpórea (p<0,0001). Fêmeas foram mais fiéis aos abrigos (0,042) e melhores disseminadoras de pasta vampiricida (p=0,002). Além disso, foi obtida uma maior reduçäo (78,2 por cento) do tamanho das colônias quando machos e fêmeas foram tratados. A pasta vampiricida de uso tópico nos morcegos elimina mais fêmeas que machos e por isso näo deve ser o único método de controle de D. rotundus aplicado pelos Programas Estaduais de Controle da Raiva dos Herbívoros.