Mapeia o espaço do complexo urbano e social da Favela de Acari. Analisa o cotidiano e as práticas sociais que ali tem curso. Estuda as redes de sociabilidade que delineiam a morfologia da favela, bem como o sentido das "cores de Acari", trama de significados armada sobre a urdidura de relações sociais que alternadamente vão aproximando e distinguindo pais de família e donos de redes do tráfico, lideranças comunitárias e policiais, autoridades públicas e novas lideranças religiosas. Estas mesmas que foram se instalando no lugar, e desmanchando os referenciais simbólicos com que a população inscrevia nos próprios espaços do "pedaço" os signos de sua identificação, ao mesmo tempo que a imprensa contribuía para construir a transição da "imagem de perigo" associada à favela ao "imaginário do terror", que agora domina a mídia e boa parte da experiência de vida dos próprios moradores de Acari. Observa as vidas de luta e sacrifíco dos moradores de Acari fazendo-os verdadeiros sujeitos de uma história que tantas vezes lhe tem negado essa condição.