O estudo caracterizou-se pela utilizaçäo de um projeto quase-experimental prospectivo envolvendo pessoas portadoras de diabetes melllitus do tipo 1. Teve como objetivo avaliar a efetividade de dois esquemas de monitorizaçäo domiciliar, na obtençäo de adequado controle glicêmico, em regime quinzenal de ajuste terapêutico, ao longo de 6 meses de participaçäo em grupos educativos: identificar a freqüência e magnitude dos ajustes nas doses de insulina e identificar intercorrências apresentadas pelos pacientes, a partir de dois esquemas de monitorizaçäo.

Para o alcance destes objetivos foram propostas as seguintes intervençöes:

monitorizaçäo domiciliar da glicemia capilar 1 vez ao dia, durante 3 dias consecutivos em cada horário (antes do café, antes do almoço, antes de jantar e antes de deitar) e quinzenalmente durante a madrugada (grupo A, n=17), monitorizaçäo domiciliar da glicosúria 1 vez ao dia, durante 3 dias consecutivos em cada horário preconizado (antes do café, antes do almoço, antes do jantar e antes de deitar) (grupo B, n=8) e participaçäo em 13 reuniöes educativas (grupo A e B), nas quais os ajustes terapêuticos necessários eram implementados. Como parâmetro de controle foi utilizado o controle histórico, de forma que, cada paciente foi controle de si mesmo. O grau de controle metabólico foi avaliado por meio de dosagens da HbA1c antes e após as intervençöes propostas. Os resultados evidenciaram que näo houve diferença estatisticamente significativa, no controle metabólico, em nenhum dos grupo, após as intervençöes implementadas. A monitorizaçäo domiciliar glicêmica permitiu um número significativamente maior de ajustes insuloterápicos do que a monitorizaçäo domiciliar urinária, confirmando a maior sensibilidade dos testes sanguíneos em detectar a labilidade dos níveis de glicose no sangue. Os pacientes que realizaram monitorizaçäo glicêmica mantiveram-se durante todo o período do estudo em melhor controle metabólico e apresentaram um número significativamente maior de ocorrências hipoglicêmicas, mesmo com as médias das HbA1c em 10,17 porcento. A partir destes resultados, é recomendável a replicaçäo desta investigaçäo em populaçöes maiores, para que seja possível emergirem propostas alternativas de controle, dentro das limitaçöes dos serviços de saúde. O processo educativo é condiçäo fundamental para a obtençäo do controle adequado da doença e deve objetivar a mudança de comportamento para a tomada de decisöes frente à variabilidade diária...