O tratamento clínico das cavidades de cárie profundas representa um dos maiores problemas na prática da odontologia, persistindo dívidas quanto: a presença ou näo de microrganismos na regiäo mais avançada da lesäo, a conveniência ou näo em se remover totalmente a dentina cariada, com o risco de expor a polpa e a efetividade ou näo dos materiais em descontaminar este tecido. No presente trabalho foram utilizados 50 dentes permanentes, de pacientes jovens, assintomáticos, portadores de lesöes cariosas oclusais (CLASSE I), com comprometimento de 2/3 da dentina, sem evidências de lesöes periapicais e que permitissem o isolamento absoluto, os quais foram divididos em 5 grupos de estudo: Controle, Dycal, Life, Renew e Pasta de Hidróxido de Cálcio. O exame microbiologico da dentina seguiu a técnica preconizada por GIBBONS et alli (1963) e SOCRANSKY et alli (1963). O referido exame dfoi realizado de IMEDIATO para a dentina MESIAL dos 50 dentes, enquanto a dentina DISTAL, devidamente tratada em cada Grupo, foi reexaminada APÓS períodos de 7 dias (25 dentes) e 30 dias (25 dentes). De acordo com os resultados obtidos, os autores concluíram que em 100 por cento dos casos a dentina MESIAL se mostrou contaminada, a dentina DISTAL do Grupo Controle, recoberta de material inerte (parafina), apresentou um índice de contaminaçäo diretamente proporcional aos períodos de observaçäo dos estudos; enquanto que nenhum dos materiais testados mostrou capacidade, nos períodos de tempo estudados em descontaminar a dentina. Os autores observaram ainda, que os diversos materiais à base de hidróxido de cálcio possuem diferentes potenciais antimicrobianos entre si, sendo que esta propriedade mostrou ser influenciada pelo tempo de contacto com o tecido contaminado