Diferenciaçäo metabólica-hormonal de pacientes traumatizados, com e sem lesäo cranioencefálica, recebendo dieta enteral hiperprotéica - hiperenergética, suplementada ou näo com glicose hipertônica endovenosa

Publication year: 1995
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual Paulista \"Júlio de Mesquita Filho\" to obtain the academic title of Doutor. Leader:

O trauma resulta invariavelmente, em desnutriçäo pelo hipercatabolismo que impöe aos pacientes. Imagina-se que os mediadores hormonais desse hipercatabolismo possam ser diferentes no trauma com (TCE) ou sem (PT) lesäo cranioencefálica. A fim de evitar ou atenuar as conseqüências nutricionais do trauma, recomenda-se o suporte nutricional precoce desses pacientes. Assim, estudou-se a resposta metabólico-hormonal desses pacientes que receberam hiperalimentaçäo enteral suplementada ou näo com glicose hipertônica endovenosa. Foram estudados 12 pacientes, 6 com TCE (escala de Glasgow 4-6) e 6 com PT (ISS 30-42), adultos (21-39 anos), no período 4-11 dias pós-trauma. As avaliaçöes foram feitas em três momentos consecutivos (M1, M2, M3) coincidentes com três períodos dietéticos de três dias cada. M1 e M3 corresponderam à oferta de dieta enteral contendo 1,9g de proteína/kg/dia e 47 kcal/kg/dia e M2 a mesma dieta suplementada com glicose 50 por cento endovenosa (17,6 kcall/kg/dia). Amostras de sangue e urina (24 horas) foram colhidas no 3§ dia de cada regime dietético e utilizadas para dosagens de proteínas da fase aguda (proteína C reativa,alfa1-antitripsina, ceruloplasmina, transferrina, transtiretina e proteína ligadora do retinol), substratos energéticos (glicose, ácidos graxos livres e nitrogênio amínico) e triacilgliceróis, hormônios (insulina, peptídeo C, glucagon, cortisol, dopamina, epinefrina e norepinefrina) e uréia urinária. A partir da relaçäo entre proteínas positivas e negativas (da fase aguda) calculou-se o índice inflamatório e, da diferença entre N-ingerido e N-uréico excretado o índice catabólico. Em M1, o PT diferenciou-se do TCE por apresentar maiores níveis de glicemia e do índice inflamatório enquanto que o TCE houve maiores cortisolemias e índice catabólico. No transcorrer do estudo, ambos os grupos se assemelharam por apresentarem alto índice catabólico e elevados níveis de epinefrina e dopamina. Elevaçöes mais acentuadas da glicemia, insulinemia e peptídeo C foram mais característicos do PT denotando maior resistência insulínica, enquanto maiores elevaçöes do cortisol, glucagon, epinefrina e norepinefrina, sugestivos de maior descarga adrenérgica, foram observados no TCE. Esses padröes metabólicos dos grupos foram minimamente alterados pela suplementaçäo de glicose ou pelo curso da doença, demonstrando que essas individualidades dos tipos de trauma...

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