Efetividade do BCG-ID em comunicantes de pacientes com as formas multibacilares da hansenÃase
Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Escola Nacional de Saúde Pública to obtain the academic title of Mestre. Leader: Struchiner, Claudio José
Foi realizado com a finalidade de avaliar o papel protetor do BCG-ID, recebido nos primeiros anos de vida na proteçäo contra a hansenÃase. Foram incluÃdos 620 comunicantes de pacientes com as formas multibacilares da hansenÃase e acompanhados por um perÃodo de 5 anos. Os comunicantes foram recrutados no perÃodo de junho de 1987 a dezembro de 1992. Desses, 468 apresentavam cicatriz de BCG e 152 näo apresentavam cicatriz de BCG. A faixa etária variou de 0 a 28 anos e 72 (11,6 por cento) dos contatos estavam doentes ou adoeceram em algum momento do acompanhamento. O percentual de adoecimento foi de 8,33 por cento (39) com cicatriz de BCG e 21,7 por cento (33) sem cicatriz vacinal. Entre aqueles com cicatriz de BCG, 35 (7,5 por cento) foram classificados como PB e 4 (0,85 por cento) foram classificados MB. Para aqueles sem cicatriz de BCG, 24 (15,8 por cento) foram PB e 9 (5,9 por cento) foram MB. A proteçäo conferida pelo BCG para as formas multibacilares (BB/BL/LL) foi de 86 por cento e de 53 por cento para as formas paucibacilares (TT/BT/HI/NI). Entre as 59 contatos que adoeceram apresentando a forma paucibacilar 12 (20 por cento) tinham idade entre 0 a 9 anos e desenvolveram a forma Nodular Infantil (NI) e desses 10 (83,3 por cento) apresentaram cura espontânea, sugerindo que o BCG pode polarizar para a forma tuberculóide, crianças submetidas precocemente à infecçäo pelo M.leprae. A taxa de adoecimento considerando-se somente os casos co-prevalentes, foi 2 vezes maior nos pacientes sem cicatriz de BCG enquanto que, entre os casos incidentes esta taxa foi 7 vezes maior nos contatos sem cicatriz de BCG. Considerando todos os 72 contatos que adoeceram, a taxa de adoecimento foi 3 vezes maior para aqueles sem cicatriz de BCG quando comparados à queles com cicatriz vacinal. Os dados incidentes se concentraram no primeiro ano após o diagnóstico do caso Ãndice, sendo praticamente ausente após o quarto ano de seguimento. O risco de adoecer variou com a carga bacilar do caso Ãndice, número de pessoas por cômodo da casa, mais de um doente multibacilar na famÃlia e tipo de convivência intradomiciliar com o caso Ãndice. A proteçäo conferida pelo BCG variou de acordo com a faixa etária do contato, sendo de 55 por cento para aqueles com idade de 0 a 9 anos, de 91 por cento para 10 a 18 anos e nenhuma para aqueles com 19 a 28 anos, sugerindo um decréscimo no efeito protetor do BCG-ID provável influência da idade em que o contato recebeu a vacina.