Compreende as percepçöes sobre a perda auditiva de pessoas idosas que freqüentam um Centro de Convivência na cidade de Itajaí-SC, procurando entender como pensam e agem estes sujeitos ao apresentarem dificuldades para ouvir. Para tanto utilizei como contribuiçäo o referencial teórico-metodológico da etnografia e desta forma as informaçöes foram coletadas por meio da observaçäo participante. As interpretaçöes dos relatos e das observaçöes apontam que o significado da perda auditiva para estes sujeitos e os seus movimentos em busca de soluçöes estäo relacionados ao significado da velhice. Os sujeitos relataram sensaçöes como o estranhamento por escutar mas näo entender, tristeza e nervosismo diante da dificuldade de compreender o que é dito. Por outro lado, alguns sujeitos relataram que a diminuiçäo da audiçäo näo lhes incomoda, isto ficou evidente nos casos em que conseguem manter uma conversaçäo a dois. A busca por soluçöes está relacionada com a maneira como os idosos e as pessoas que os rodeiam percebem a perda auditiva, sendo que o fato de serem velhos pode levar a percepçäo de que a perda auditiva é uma conseqüência natural do envelhecimento, näo necessitando de atençäo. Os movimentos dos sujeitos em busca de soluçöes envolvem o uso de estratégias de comunicaçäo, a busca da cura pela religiäo, a auto-medicaçäo e a busca pelo setor profissional. O encontro com o profissional aponta para uma relaçäo que näo denota confiança, o que dificulta a aceitaçäo do tratamento proposto. A fala dos sujeitos revela dificuldades de comunicaçäo entre os idosos e os profissionais de saúde. O uso do aparelho auditivo é visto pela maior parte dos informantes como um incômodo, eles também alegam a barreira financeira para se adquirir um aparelho auditivo. Este dados sugerem a necessidade de se abordar a questäo da perda auditiva no idoso inserida como componente de uma abordagem mais ampla da atençäo ao idoso, em termos de políticas sociais, em geral, e da política de saúde, em particular