Objetiva construir o perfil clínico-epidemiológico e sócio-demográfico das crianças atendidas na Associaçäo Santa Catarina de Reabilitaçäo, órgäo da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, e caracterizar os processos de integraçäo escolar dessas crianças na rede regular de ensino da Grande Florianópolis. Por isso, foi realizado um estudo descritivo e comparativo das crianças portadoras de Paralisia Cerebral (PC) no período de janeiro de 1992 a dezembro de 1997, residentes na Grande Florianópolis, abrangendo características quantitativas e qualitativas. Como fonte de dados, foram utilizados 97 prontuários disponíveis na Associaçäo, além de entrevistas com familiares das crianças. Obteve-se a predominância de PC associada à deficiência física numa proporçäo de 88 por cento. A localizaçäo da seqüela motora se apresentou com 39 por cento para diparesia, 32 por cento para hemiparesia e 29 por cento para quadriparesia, sendo considerado um grau leve para 71 por cento e severo para 29 por cento. As características sócio-demográficas se expressaram em 46 por cento da populaçäo estudada oriundas de Florianópolis, 31 por cento para a Grande Florianópolis e 23 por cento às demais localidades. A renda familiar predominante foi de até 3 salários-mínimos. Em relaçäo aos dados de natureza qualitativa, percebe-se que as famílias têm consciência da importância do trabalho de reabilitaçäo para o desenvolvimento cognitivo e motor de seu filho. A Associaçäo realiza um trabalho integrado com as escolas, procurando encaminhar todas as crianças a este setor. Em relaçäo à integraçäo, apesar de todas as dificuldades encontradas, parece estar se consolidando na medida do possível. Conclui-se que houve um avanço nas conquistas sociais desta parcela significativa da populaçäo porém ainda há muito o que conquistar para a efetiva integraçäo