Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Mestre. Leader:
Um estudo transversal foi conduzido no período de janeiro de 1996 a janeiro de 1998 para investigar os conhecimentos e atitudes das mães e pediatras em relação à febre e as formas de tratamento que os mesmos adotam.
O estudo foi realizado junto:
A) 212 mães de crianças menores de seis anos com episódios de febre levadas a duas emergências pediátricas de Fortaleza, uma pública e outra privada; B) 317 mães em seus domicílios; C) 96 pediatras em seus locais de trabalho. Das mães entrevistadas no domicílio 34,0 por cento delas consideram a febre um sintoma e 20,2 por cento uma doença. No entanto, para 34 por cento dos pediatras a febre é um sinal de alerta e para 30,2 por cento deles a febre é só uma elevação da temperatura do corpo. A grande maioria das mães do domicílio e dos pediatras acreditam que a febre pode causar algum problema na criança, principalmente convulsão (60,5 por cento e 82,4 por cento, respectivamente). As principais razões que os levam a tratar a febre é a temperatura superior a 38,0ÝC (38,5 por cento) e o risco de convulsão febril (19,2 por cento). O metamizol e o paracetamol foram os antitérmicos mais usados pelas mães das emergências (51,0 por cento e 29,5 por cento, respectivamente) e pelas mães no domicílio (62,9 por cento e 21,4 por cento, respectivamente). Estes antitérmicos, também foram os mais recomendados pelos pediatras, sendo o metamizol mais prescrito no serviço público (58,8 por cento) e enquanto o preferido no serviço privado foi o aracetamol (52,4 por cento). A prevalência de antitérmicos (57 por cento) nas precrições pediátricas nas duas emergências pediátricas foi considerada elevada. O estudo mostra o uso indiscriminado de antitérmicos pelas mães e reforçado pela orientação dos pediatras e ainda, indica um conflito entre conhecimentos e percepções das mães e dos pediatras sobre a febre e seu manejo. Isto indica a necessidade de uma intervenção educacional para as mães que inclua os aspectos culturais para contribuir para a redução do uso de antitérmicos. Além disso há a necessidade de atualização dos pediatras para que se atinja entre os mesmos um consenso no manejo da febre baseado no conhecimento científico atual sobre o assunto no momento.