Justificativa:

Desde o século XIX Sao Paulo (SP) tem sido importante pólo de atraçao de migrantes, tanto estrangeiros como brasileiros. Embora as taxas de mortalidade por doenças isquêmicas do coraçao (DIC) continuem a queda iniciada no final da década de 1970, as DIC permanecem como a principal causa de morte em adultos de SP.

Objetivos:

1) Descrever, de acordo com a naturalidade, os óbitos por DIC naqueles residentes no município de SP; 2) identificar diferenciais na tendência de mortalidade; e 3) comparar a mortalidade dos naturais de Minas Gerais (MG), Bahia (BA) e Pernambuco (PE), residentes no município de SP e nas respectivas capitais de seus estados de origem.

Método:

Estudo analítico de série temporal feito com dados secundários (declaraçoes de óbito retiradas de bancos eletrônicos de dados). Problemas na integridade e , qualidade das informaçoes impediram que outras capitais de interesse entrassem no estudo. Nao foram utilizadas taxas por falta de denominadores, mas sim indicadores nao-censitários (mortalidade proporcional e razao de mortalidade padronizada e ponderada para anos potenciais de vida perdidos antes da idade de 100 anos) e medidas de tendência central. Tendências temporais foram avaliadas por regressao linear simples.

Resultados:

No município de SP, cerca da metade dos óbitos por DIC ocorreu em migrantes. A tendência foi negativa nos estrangeiros e positiva nos brasileiros. Os óbitos por DIC em naturais de MG, BA e PE ocorreram em maior proporçao e em idades mais jovens naqueles residentes no município de SP do que nas capitais de seus estados de origem.

Conclusao:

A participaçao de migrantes no total de óbitos por DIC do município de Sao Paulo é muito destacada, perdendo força nos estrangeiros e aumentando nos migrantes brasileiros. Nos nascidos em MG, BA e PE, a mortalidade por DIC no município de SP é mais perversa do que nas capitais de seus estados de origem