A dor que näo fala
Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Pediatria to obtain the academic title of Professor Livre Docente. Leader:
O objetivo desse trabalho foi o de apresentar a linha de pesquisa a respeito do tema "Dor no Recém-Nascido", que vem sendo desenvolvida na ÜNIFESP-EPM a partir de 1991. Para tanto, descrevemos os trabalhos concluídos ou em andamento, durante esses dez anos, segundo o encadeamento lógico que levou à formulaçao dos objetivos de cada investigaçao. Nesse cenário, iniciamos com o ensaio que retrata a presença da dor nos prematuros intubados e ventilados, dor essa atenuada por opióides (GUINSBURG, 1993; GUINSBURG et al., 1998) e, a partir da constataçao que um dos maiores impeditivos para o tratamento adequado da dor é a dificuldade do seu diagnóstico, tratamos, entao, de métodos de avaliaçao da dor no recém-nascido a termo (PEREIRA et al., 1999) e no prematuro (GUINSBURG et al., 1997a,b), da confiabilidade das escalas de dor (GUINSBURG et al., 1994 e 2001) e dos fatores que interferem na comunicaçao da dor entre o neonato e o adulto que o assiste (BALDA et al., 2000; GUINSBURG et al., 2000, BALDA, 2001). Preocupados ainda com a questao do subtratamento da dor neonatal, tentamos, em alguns estudos, abordar outro problema, além da dificuldade da sua avaliaçao: a exigüidade de opçoes para analgesia nessa faixa etária. Elaboramos, entao, dois protocolos de estudo: no primeiro, abordamos as propriedades analgésicas da chupeta e da água com açúcar e a resposta endócrino-metabólica à dor (FERNANDES & GUINSBURG, 2000) e, no segundo, tentamos verificar a eficácia anestésica de um composto que dispensa a infiltraçao para o alívio da dor provocada pela punçao lombar (MACHADO & GUINSBURG, 2000). Mas, além das questoes acima delineadas, as atitudes e o saber dos profissionais de saúde, sem dúvida, desempenham um papel importante no tocante ao alívio da dor. Assim, nos interessamos em estudar o que os profissionais de saúde, em nosso meio, conhecem a respeito do tema, quais sao as suas atitudes com relaçao à analgesia na prática diária, e se há diferenças entre o "olhar" do pai e o do profissional em relaçao à dor que o bebê possa estar sentindo (CHERMONT & GUINSBURG, 2000; CASTRO, 2001; ELIAS & GUINSBURG, 2001; YOSHIKUMI & GUINSBURG, 2001). E, para finalizar, nos preocupamos em observar qual seria o impacto da dor repetitiva, sofrida pelo recém-nascido. Para isso, encontra-se em fase inicial de elaboraçao um ensaio que visa verificar se a dor repetitiva em período precoce da vida poderia modificar a neurogênese de ratos adultos (STOCHERO, MELLO, GUINSBURG, 2001)...(au)