Implante do cateter de Tenckhoff em crianças portadoras de insuficiência renal crônica terminal: aspectos técnicos, complicaçöes cirúrgicas näo-infecciosas e sobrevida do cateter

Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Säo Paulo. Escola Paulista de Medicina. Curso de Pediatria to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Objetivo Avaliar os aspectos técnicos para o implante e manutençao do cateter de Tenckhoff em crianças portadoras de IRC terminal, bem como, a freqüência e o tratamento das complicaçoes cirúrgicas nao-infecciosas e a sobrevida do cateter, buscando identificar os fatores determinantes para a sua permanência.

Método:

Realizou-se um estudo retrospectivo de dados coletados entre agosto 1988 a agosto de 1997, em um único centro. Cento e quinze pacientes (66 meninos e 49 meninas), com idade <_ 15 anos, portadores de IRC terminal, foram submetidos ao implante de 261 cateteres de Tenckhoff reto de um e dois "cuffs", por laparotomia paramediana transretal. Buscou-se estabelecer associaçoes entre as complicaçoes cirúrgicas nao-infecciosas com sexo, faixa etária, cirurgia prévia e cateter rígido prévio, além de, omentectomia e obstruçao, número de "cuffs" com extrusao do "cuff" e do cateter, sobrevida do cateter e fatores que pudessem influenciar na sua sobrevida.

Resultados:

A análise de 261 cateteres de Tenckhoff, implantados em 115 crianças portadores de IRC terminal, revelou que 107 pacientes (93 por cento) apresentaram pelo menos uma complicaçao cirúrgica nao-infecciosa.

Os achados mais freqüentes foram:

obstruçao (71,3 por cento), hérnia inguinal (25,2 por cento), hemoperitônio (25,2 por cento), deslocamento do cateter (21,7 por cento), ascite septada (18,3 por cento), hérnia umbilical (13,9 por cento), extravasamento (13,9 por cento), hematoma de parede abdominal (13 por cento), hérnia incisional (10,4 por cento), extrusao do "cuff" (8,7 por cento) e extrusao do cateter (7,8 por cento). A hérnia inguinal e o extravasamento foram mais freqüentes, em crianças com idade inferior a 1 ano. O hematoma da parede abdominal ocorreu com maior freqüência, entre 2 e 5 anos de idade e, nos pacientes portadores de cirurgias abdominais prévias. Medidas terapêuticas pouco invasivas foram adotadas com sucesso, para o restabelecimento da funçao do cateter, sem que houvesse necessidade da sua troca. Sessenta pacientes (52,2 por cento) apresentaram essas complicaçoes nos primeiros 15 dias de pós-operatório (complicaçoes cirúrgicas precoces). A sobrevida do 1º- cateter foi de 11,8 meses, no primeiro ano. A mortalidade foi de 38,3 por cento e nao se relacionou ao implante cirúrgico do cateter, sendo a principal causa de óbito, a sepse.

Conclusao:

A observaçao de aspectos técnicos, durante o implante do cateter, contribui para diminuir...(au)

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