Esta dissertação objetiva buscar, através do estudo de representações sociais, a compreensão de certos conteúdos simbólicos que envolvem a AIDS e orientam as condutas dos pacientes e familiares. A pesquisa de campo baseou-se em entrevistas semi-estruturadas realizadas com treze pacientes do Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, Rio Grande do Norte, sendo seis doentes internados e sete portadores do HIV, assistidos em regime ambulatorial, e de seus respectivos familiares, perfazendo um total de vinte e oito entrevistados. Após análise, verificou-se que, no universo pesquisado a despeito das terapias anti-retrovirais, a MORTE continua como núcleo central das representações, tanto para os pacientes quanto para os seus familiares ou pessoas próximas envolvidas. Chama a atenção o grande apego à religiosidade, em geral, quase sempre presentes neste e em quadros semelhantes e, em particular, como um traço cultural marcante no nordeste. As reações passam desde a negação à racionalização e se expressam nas mais variadas formas como agressão pelos pacientes, desestruturalização familiar indo às vezes ao abandono do doente pelos familiares. Incorporar à visão biomédica a compreensão dos diferentes significados simbólicos que a doença e a possibilidade de morte são atribuídos pelos pacientes e familiares, potencializa assim, o seu manuseio mais adequado tanto no sentido da efetividade do tratamento quanto na sua humanização. O não aprofundamento de questões como o estabelecimento ou não de laços de solidariedade entre os pacientes, seus familiares, parceiros, amigos ou com grupos da sociedade civil organizada, se coloca como possibilidades abertas a novos estudos.