Esvaziamento gástrico na insuficiência respiratória aguda em recém-nascidos prematuros

Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas to obtain the academic title of Doutor. Leader:

O principal objetivo desse estudo foi avaliar o esvaziamento gástrico (EG) em recém-nascidos (RN) com insuficiência respiratória (IR), conseqüente a doenças pulmonares, às 48 ñ 24h e 168 ñ 24h de vida. Utilizaram-se como critérios de inclusäo a presença de IR iniciada nas primeiras 24h de vida, de qualquer etiologia e intensidade, em RN com idade gestacional (IG) menor ou igual a 35 semanas e peso ao nascer menor ou igual a 1750g. O grupo-controle foi emparelhado com os casos, por faixas de 250g de peso de nascimento. Os casos e os controles permaneceram sem dieta, por via entérica, até o momento da primeira prova de EG. Utilizou-se o método de tubagem com administraçäo, por sonda gástrica, de uma refeiçäo de prova composta por 3ml/kg de soluçäo glicosada a 5 por cento, marcada com fenolsulfonftaleína. A retençäo gástrica (RG) foi avaliada após 30 minutos. Nos dois momentos estudados, foram realizadas a análise bivariada e por regressäo linear múltipla dos valores da RG, segundo as variáveis maternas/obstétricas, perinatais e neonatais. A RG foi avaliada também, segundo a presença de dieta, de complicaçöes digestivas e de intolerância alimentar. Estudaram-se 78 RN, sendo 39 em cada grupo. O peso de nascimento e IG médios ñ desvios-padräo foram respectivamente 1327,2ñ238,7g e 32,2ñ1,6semanas. A RG, na primeira prova, foi significantemente maior nos RN com IR (n=39) (61,4 por cento) que nos controles (n=39) (51,8 por cento) (p<0,01). Na segunda prova de EG, na fase de remissäo parcial ou completa do quadro de IR, observou-se diminuiçäo significativa dos valores da RG. A presença de hemorragia periintraventrivular foi associada a valores mais baixos de RG na primeira prova de EG. Com 168,3 ñ 13,9h de vida, a RG nos RN que desenvolveram intolerância alimentar foi de 60,2 por cento contra 36,8 por cento de RG, nos RN com boa aceitaçäo da dieta (p<0.001). A análise por regressäo linear múltipla identificou a presença de insuficiência respiratória e da hemorragia preintraventricular como variáveis preditoras da RG, com 46,2 ñ 12,0h de vida. Na segunda prova, a presença de intolerância alimentar e a idade gestacional mostraram capacidade de predizer os valores da RG. Quanto menor a idade gestacional maiores os valores de RG, avaliada com 168,3 ñ 13,9h de vida. Há retarde significativo do EG, em RN prematuros com IG entre 28 e 35 semanas e peso de nascimento menor ou igual a 1750g, às 48,8 ñ 12,3h de vida, na fase aguda do quadro de insuficiência respiratória.

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