Com o objetivo de avaliar os fatores de riscos biológicos e psico-sociais em relaçäo à cárie dentária em crianças cardiopatas e näo-cardiopatas, realizou-se um estudo transversal cuja amostra constou de 130 crianças, sendo 86 cardiopatas e 44 näo-cardiopatas, pacientes do ambulatório de Pediatria do HUPE-UERJ, de ambos os sexos, com idade entre 5 e 12 anos. Os responsáveis foram entrevistados e o exame clínico foi realizado por uma única examinadora. Os resultados foram analisados através do programa EpiInfo 6.04 e os testes estatísticos Kruskal-Wallis, Mann-Whitney, Exato de Fisher e Qui-quadrado foram utilizados. A análise estratificada foi realizada entre e intra os grupos, correlacionando a experiência de cárie com os fatores de risco. A experiência de cárie foi positiva em 81 (94,2 por cento) crianças cardiopatas e 39 (88,6 por cento) näo-cardiopatas. Os índices de ceo, ceo-s, CPOD e CPO-S foram altos em ambos os grupos (p<0,05). A análise dos fatores de risco biológicos foi semelhante em ambos os grupos (p<0,05), exceto o índice gengival, que esteve associado à experiência de cárie no grupo cardio (p=0,008) e no grupo näo-cardio (p=0,005). Dentre os fatores de risco psico-sociais, a "Atitude Protetora dos Responsáveis" foi significantemente mais frequente no grupo cardio (p<0,00007) e esteve associada à experiência de cárie positiva (p=0,000013). Pôde-se concluir que a experiência de cárie foi alta e que fatores de risco foram semelhantes para ambos os grupos, com exceçäo da atitude protetora dos responsáveis, que foi mais prevalente no grupos de crianças cardiopatas