Avaliou-se a aplicabilidade em cirurgia periodontal de um novo adesivo de fibrina, constituído de fibrinogênio derivado de plasma de bubalinos, cloreto de cálcio e uma enzima tipo trombina obtida de veneno de serpentes. A avaliaçäo implicou a comparaçäo clínica e histológica de enxertos gengivais livres convencionalmente suturados (grupo controle) com outros imobilizados com o adesivo (grupo teste). Os enxertos foram realizados em premolares inferiores contra-laterais de 15 pacientes, de forma que cada indivíduo recebesse um tratamento de cada grupo. A análise clínica implicou medidas de sondagem e da dimensäo vertical dos enxertos, verificadas em 30, 60 e 90 dias pós-operatórios, além do acompanhamento fotográfico registrado nos controles de 7, 14, 30, 60 e 90 dias. Além disso, os pacientes responderam a um questionário abordando os sinais e sintomas pós-operatórios. Cinco biópsias de cada grupo foram colhidas após 7, 14 e 45 dias de reparaçäo, sendo analisadas morfometricamente quanto à densidade de volume relativo de diferentes componentes do tecido conjuntivo e quanto à área da interface epitélio/ tecido conjuntivo. Verificou-se que a diminuiçäo da dimensäo vertical dos enxertos foi significante durante os primeiros 30 dias, pouco variando daí até 90 dias. Esta diminuiçäo foi significantemente mais expressiva no grupo controle. A profundidade de sondagem e o nível de inserçäo à sondagem apresentaram uma diminuiçäo estatisticamente significante em ambos os grupos entre os registros pré-operatórios e de 90 dias. Os enxertos do grupo teste apresentaram melhor aspecto clínico e maior organizaçäo tecidual ao exame histológico durante os primeiros 14 dias pós-operatórios, o que provavelmente justifica a escolha dos pacientes pelos sítios deste grupo como os de melhor recuperaçäo. Morfometricamente constatou-se que os sítios do grupo controle apresentavam estatisticamente maior densidade de células inflamatórias em 7 dias e tendência à menor densidade de fibras colágenas e ao menor desenvolvimento da interface epitélio/ tecido conjuntivo. O adesivo de fibrina estudado pode ser usado em enxertos gengivais livres, apresentando resultados compatíveis com o uso de suturas e com vantagens como: facilidade de aplicaçäo, menor alteraçäo dimensional dos enxertos, melhor recuperaçäo pós-operatória e tendência de promover a reparaçäo mais rápida. Portanto, a utilizaçäo desse material merece novos trabalhos que elucidem suas...