Homicídios no município de Säo Paulo: perfil e subsídios para um sistema de vigilância epidemiológica

Publication year: 2002
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Epidemiologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Objetivos:

Estudar o perfil de mortalidade por homicídios no Município de Säo Paulo, com ênfase na integraçäo de informaçöes providas de várias fontes e fornecer subsídios para uma proposta de vigilância epidemiológica.

Material e método:

Dividido em três etapas: 1. Estudo do universo dos óbitos por homicídios ocorridos no Município de Säo Paulo, no ano de 2000, a partir das Declaraçöes de Obitos (DOs); 2.Integraçäo das informaçöes constantes nas DOs, Boletins de Ocorrência Policial (BOs) e Laudos de Necropsia, para os meses de abril a junho de 2000; 3. Estudos das Informaçöes dos inquéritos policiais encerrados, investigados na Delegacia de Homicídios e Proteçäo à Pessoa(DHPP).

Resultados:

O coeficiente de mortalidade por homicídios, no ano de 2000, foi 57,3/100.000. O sexo masculino contribuiu com 92,5 por cento do total e o sexo feminino com 7,5 por cento com taxas de 111,1/100.000 para os homens e 8,2/100.000, para as mulheres. O coeficiente para o sexo masculino é 1.259 por cento vezes o feminino. A idades de 15 a 29 anos concentraram 61,4 por cento do total dessas mortes, exibindo também as maiores taxas. As idades que apresentam maior freqüência, para ambos os sexos, foi entre 20 a 24 anos. Para o sexo masculino, nesta faixa, o coeficiente chega a 286,4/100.000. As armas de fogo responderam por 90,1 por cento das mortes. O álcool foi a substância psicoativa mais utilizada entre as vítimas que tiveram o exame toxicológico realizado no IML (positivo em 38,3 dos exames solicitados). Entre a motivaçäo encontrada a partir do estudo dos inquéritos policiais encerrados os crimes relacionados ao uso e tráfico de drogas chegam a 41,0 por cento. Os conflitos respondem por 12,0 por cento. Os dados apontam a profunda desigualdade na distribuiçäo espacial do risco para mortes por homicídios, com as maiores taxas sendo observadas nos distritos periféricos, com indicadores sócio-econômicos desfavoráveis.

Conclusöes:

O modelo proposto para vigilância epidemiológica dos homicídios, um sistema ativo que integra informaçöes das Declaraçöes de Obitos, Boletins de Ocorrência Policial e Laudo de Necropsia, ampliou o número de variáveis estudadas agregando maior qualidade, permitindo, portanto, conhecer melhor, as características das vítimas e das circunstância que cercaram os eventos

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