Realizado em Säo Paulo e Minas Gerais, teve os dados coletados por meio de inquéritos do tipo transversal. Nessa ocasiäo, foram entrevistados e examinados, 2025 indivíduos com 20 anos ou mais, residentes em domicílios. As amostras de Minas Gerais foram selecionados por meio de amostragem estratificada por conglomerados em 02 estágios. Em cada estrato (urbano e rural), selecionou-se de modo sistemático uma amostra de domicílios, segundo listagens do IPTU e ITR. No 2§ estágio, sorteou-se de modo aleatório um indivíduo em cada domicílio. A amostra de Säo Paulo (Município de Cotia) foi selecionada por meio de processo de amostragem proporcional e os domicílios, sorteados de forma sistemática. A coleta de dados abrangeu inquérito sociodemográfico e comportamental; inquérito clínico. Compara migrantes de Minas, residentes no Município de Cotia, näo migrantes de Minas, residentes em Teófilo Otoni (zona urbana), näo-migrantes de Novo Cruzeiro/Salinas (zona rural), migrantes de retorno de Teófilo Otoni, Novo Cruzeiro e Salinas e os naturais da Regiäo Metropolitana de Säo Paulo, visando identificar a existência ou näo de diferenciais significativos entre os grupos, quanto aos fatores de risco cardiovascular: hipertensäo arterial, sobrepeso, obesidade, razäo cintura-quadril elevada, tabagismo, etilismo e sedentarismo. Os näo-migrantes de retorno de Teófilo Otoni e Novo Cruzeiro/Salinas, os migrantes de Minas e os naturais da Regiäo Metropolitana Säo Paulo, residentes no município de Cotia diferenciaram-se, quanto à prevalência de hipertensäo arterial de 140/90 mmHg ou mais (p=0,000000), hipertensäo arterial de 160/95 mmHg ou mais (p=0,000023), sobrepeso (p=0,000000), obesidade (p=0,000000), razäo cintura-quadril (p=0,000004), tabagismo (p=0,000014), etilismo (p=0,000001) e sedentarismo (p=0,000000). Considerando-se regressäo logística univariada e multivariada, os diferenciais de prevalência dos fatores de risco cardiovascular foram explicados pela migraçäo, controlando-se a idade, sexo, a condiçäo socioecônomica e alimentos de risco cardiovascular. Mas outras variáveis também explicaram os diferenciais dos fatores de risco cardiovascular entre migrantes e näo-migrantes, porém näo comprometeram, em geral, de modo significativo o efeito da migraçäo