O objetivo deste trabalho é a avaliação quantitativa intra-operatória da vazão distal (leito distal), verificando-se sua associação à evolução do enxerto. Para isso, desenvolveu-se um sistema de infusão de pressão constante (150 mmHg), através do qual o soro fisiológico é injetado na artéria receptora da anastomose distal, previamente à sua realização, durante um período de um minuto. Os valores infundidos são anotados, a cirurgia completada, e os pacientes acompanhados no pós-operatório. Foram estudados prospectivamente 53 pacientes, divididos em dois grupos, de acordo com a evolução apresentada: com oclusão precoce (O.P., n=9) e ausência de oclusão precoce (S.O.P., n=44). Comparando-se os dois grupos, não houve diferença quanto aos dados demográficos, antecedentes pessoais, fatores de risco, quadro clínico, padrão arteriográfico e cirurgia realizada. No entanto, ao verificarmos os resultados da vazão distal determinada no intra-operatório, constatamos valores menores no grupo O.P., em relação ao grupo S.O.P. (44,8 ml/min e 116,1 ml/min, respectivamente, com valor de P = 0,00004, sem o uso de papaverina). Este método utilizado também mostrou-se superior à arteriografia na previsão do prognóstico do enxerto (sensibilidade 88,9 por cento e 66,7 por cento, respectivamente; especificidade 100 por cento e 63,6 por cento, respectivamente; valor preditivo positivo 100 por cento e 27,2 por cento, respectivamente; valor preditivo negativo 97,8 por cento e 90,3 por cento, respectivamente). Concluiu-se que a determinação intra-operatória da vazão distal é um procedimento fácil e rapidamente realizável, de aplicação prática, correlacionando-se com a evolução do enxerto, possuindo valores preditivos superiores à arteirografia para este fim.