Histeroscopia ambulatorial associada à biópsia de endométrio em mulheres com sangramento pós-menopausa
Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Medicina to obtain the academic title of Doutor. Leader:
O objetivo deste estudo foi o de avaliar a eficácia da histeroscopia associada à biópsia endometrial como método propedêutico em pacientes com sangramento pós-menopausa. Utilizou-se como padrão-ouro o resultado histológico do material obtido através de curetagem uterina fracionada. Foram avaliadas no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher 453 mulheres que apresentaram sangramento pós-menopausa, com idade superior a 45 anos, com amenorréia no mínimo por 12 meses e que não estavam utilizando terapia de reposição hormonal. Todas as pacientes foram submetidas à histeroscopia ambulatorial com biópsia de endométrio, seguida de curetagem uterina. Os principais diagnósticos histeroscópicos foram os de atrofia endometrial (55,6 por cento), endométrio funcional (24,9 por cento), hiperplasia endometrial (12,4 por cento), câncer de endométrio (7,1 por cento), pólipos (38,1 por cento) e miomas (2,6 por cento). Em 1,32 por cento dos casos, a histeroscopia foi inconclusiva devido a dificuldades técnicas. Os dados foram analisados em quatro etapas, sendo que na primeira delas foi efetuado um teste de validação diagnóstica da histeroscopia, com cálculos de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e estudo das razões de verossimilhança para cada diagnóstico histológico. Observaram-se alta sensibilidade e especificidade da histeroscopia para todos os diagnósticos. Em uma segunda etapa, foi feita uma análise para validação diagnóstica da biópsia de endométrio como método propedêutico para a avaliação endometrial. Assim como para a histeroscopia isoladamente, a biópsia de endométrio apresentou uma alta sensibilidade e especificidade para todos os diagnósticos exceto para o de pólipo endometrial. Finalmente, foi realizada uma análise dos dois métodos associados, a qual demonstrou que, quando houve concordância entre os diagnósticos histeroscópicos e os obtidos através da histologia do material da biópsia endometrial, as probabilidades de comprovação das alterações foram maiores, sobretudo nos casos de lesões extremas, como a atrofia e o câncer de endométrio. Concluiu-se que a histeroscopia ambulatorial, associada à biópsia de endométrio, apresenta segurança no dianóstico da sangramento pós-menopausa, podendo substituir a curetagem uterina evitando os custos de internação hospitalar, além do risco anestésico cirúrgico.