A onda Q do eletrocardiograma no diagnóstico do infarto de miocárdio. Confronto anátomo-eletrocardiográfico em 140 casos com necrópsia

Publication year: 1994
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas to obtain the academic title of Doutor. Leader:

A relação entre a presença da onda Q no eletrocardiograma (ECG) e a presença de necrose miocárdica não é absoluta. Casos falso-positivos e casos falso-negativos são relatados na literatura desde o início do século. Em face das controvérsias existentes na literatura sobre o comportamento anormal da onda Q no ECG de pacientes com infarto do miocárdio (IM), e sem nos afastarmos do interesse particular de aferir quadros da semiótica física ou complementar, através da anatomia patológica, é que decidimos veriricar o resultado de um confronto anátomo-eletrocardiográfico, usando a necrópsia como um meio de decidir o valor do ECG nesses casos.

Foram estudados 140 casos que foram distribuídos em 3 grupos:

Grupo I no qual o diagnóstico eletrocardiográfico de IM foi confirmado pela necrópsia; Grupo II no qual o diagnóstico eletrocardiográfico de IM não foi confirmado pela necrópsia e Grupo III no qual havia diagnóstico anátomo-patológico de IM sem diagnóstico eletrocardiográfico prévio. No GI obtivemos 48 casos (34,28 por cento); no GII, 17 casos (12.14 por cento) e no GIII 88 casos (62,58 por cento). Somando os casos de cada grupo eles perfazem 153, porque em 13 casos apareceram alterações eletrocardiográficas e anátomo-patológicas que permitiram sua inclusão em mais de um grupo.

Os fatores que mais influíram no comportamento da onda Q anormal do ECG foram:

a presença de distúrbio de condução, a localização, a idade, o tamanho do IM e sua localização na espessuara da parede do VE. Assim, a onda Q anormal do ECG para o diagnóstico de IM tem valor apenas relativo, quando ela é considerada sem o quadro clínico, exame físico e outros exames complementares. A necrópsia continua sendo método de grande importância para aferir o ECG tradicional, bem como toda semiotécnica física e laboratorial.

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