Eletrocauterização bipolar da mucosa de Barrett após cirurgia anti-refluxo

Publication year: 1999
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Introdução:

O tratamento da mucosa de Barrett permanece controverso. A importância de tentar reverter o epitélio de Barrett é que teoricamente poderia prevenir o aparecimento da displasia e do câncer. Tanto o tratamento clínico como a cirurgia anti-refluxo não mostram evidências de regressão do epitélio de Barrett ou parada de progressão da displasia até o adenocarcinoma. O objetivo deste estudo foi avaliar a eletrocauterização bipolar da mucosa de Barrett, após a correção cirúrgica do refluxo gastroesofágico.

Métodos:

O grupo se constituiu de 14 pacientes com mucosa de Barrett, sem displasia (11 do sexo masculino e 3 do sexo feminino). A média de idade foi de 45,6 anos (13 - 65 anos). Todos os pacientes foram submetidos previamente à cirurgia anti-refluxo pelo método laparoscópico e, na ausência de sintomas e com a válvula anti-refluxo bem configurada na manobra de retrovisão, iniciou-se a ablação da mucosa de Barrett com o BICAP (BICAPII, Circon-ACMI, Stanford, CT, USA). A eletrocauterização da mucosa foi realizada até o aparecimento de coágulo esbranquiçado. As endoscopias foram realizadas em intervalos de quatro semanas até toda a mucosa de Barrett ser eletrocauterizada. Após a reepitelização da área eletrocoagulada, realizaram-se biópsias seriadas para avaliar o tipo de epitélio e a presença de células caliciformes.

Resultados:

Dois pacientes apresentaram odinofagia e um, disfagia, sendo ambas de modo transitório.

Conclusão:

A eletrocauterização bipolar da mucosa de Barrett após a cirurgia anti-refluxo promove a regressão do epitélio de Barrett, com poucas complicações. Estudos com seguimento de longo prazo são necessários para determinar se a regressão será mantida, e se afetará o aparecimento de câncer.

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