Razão, saúde e violência: ou a (im)potencia da racionalidade médico-científica

Publication year: 1998
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas to obtain the academic title of Doutor. Leader:

A Racionalidade Médico-Científica (RMC) situa a violência, atualmente, como um grave problema. Diante dessa situação, nossas perguntas são: como se relaciona este problema com a lógica constitutiva da RMC? Ou seja, quais são as bases racionais a partir das quais se pretende abordar o problema da violência? Estes questionamentos nos levam a desconstruir a própria RMC. Desconstrução que situamos no âmago do debate da crise da modernidade e da própria razão moderna, a razão cartesiana. Esta racionalidade, sustentada em uma trama discursiva, pouco a pouco foi se inscrevendo no senso comum dos trabalhadores da saúde e dos grupos sociais e os levou a uma forma "particular" de ver os problemas, a qual substituiu o social, em função da biologização dos problemas. Diante disso, realizamos a enunciação hipotética de que a violência representa um ponto de inconsistência no estado de situação da RMV, buscando com isso dar conta da destotalização e do múltiplo que perpassa o Processo Saúde-Doença-Atenção (PSDA) e que tal racionalidade não reconhece. A potência se otrna impotência.

Este trabalho tem co o objetivo a verdade e não o saber:

em função disso planejamos a necessidade de se apostar em processos de verdade que instalem um novo estado de situação sobre o PSDA. Em todo esse processo denunciamos que o uso atual da ética se inscreve como um simulacro que busca e consegue suturar a incosistência que a violência ressalta no estado de situação da RMC. Diante dos cursos humanistas da ética e bioética, opomos a ética da verdade, a qual busca instalar um pensamento crítico sobre as situações que se enfrentam, reconhecendo nelas processos singulares que exigem apostas em função de se conseguir instalar o trajeto de uma verdade, verdade que pode estar na ciência; na arte; na política; ou no amor.

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