Transmissão do sinal insulínico em tecido adiposo: efeitos do jejum prolongado, do envelhecimento, da adrenalina e da dexametasona

Publication year: 1997
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas to obtain the academic title of Doutor. Leader:

A insulina, ao se ligar à subunidade alfa de seu receptor heterotetramérico, dá início a uma série de ações imediatas e tardias, metabólicas e promotoras de crescimento. Tais eventos ocorrem através da estimulação da subunidade ß transmembrana do receptor, que se autofosforila e ativa a fosforilação de substratos endógenos intracelulares, dos quais o mais estudado é o IRS-1. Esta proteína de peso molecular 185 kDa pode ser bem caracterizada como um substrato direto do receptor de insulina e quando fosforilada se associa à enzima fosfatidilinositol 3-quinase, ativando-a. Utilizando-se técnicas de immunoblotting com anticorpos anti-receptor de insulina, anti-IRS-1, antifostirosina e anti-PI 3-quinase é possível analisar o grau de fosforilação do receptor de insulina, da pp 185, do IRS-1, a concentração destas proteínas e a associação do IRS-1 com a PI 3-quinase, ou seja, as ações iniciais da insulina.

Neste estudo investigamos estas três etapas da atividade insulínica no tecido adiposo em quatro modelos animais de resistência à insulina:

o jejum prolongado, o envelhecimento, o uso agudo de adrenalina e o uso crônico de dexametasona. Foram utilizadas as técnicas de immunoblotting de extratos totais e de imunoprecipitação com anticorpos específicos. Os resultados demonstram que em todas as situações estudadas foram observadas reduções no grau de fosforilação do receptor de insulina, da pp185, do IRS-1 e na associação IRS-1/PI 3-K. É interessante ressaltar que nos animais idosos, além da redução no grau de fosforilação destas proteínas, houve uma diminuição marcante nos níveis protéicos do receptor de insulina e do IRS-1. Com exceção do jejum prolongado, os resultados obtidos são similares aos encontrados em tecidos hepático, muscular e renal. Tais achados sugerem que a regulação das ações insulínicas seja específica não somente em cada situação avaliada mas também em cada tecido. Outro dado importante deste estudo foi o encontro de uma proteína de peso molecular de 60 kDa, que se encontra fosforilada após o estímulo com insulina, de maneira semelhante ao receptor e à pp185 e que até o momento só tem sido evidenciada no tecido adiposo.

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