Mortalidade de mulheres em idade reprodutiva

Publication year: 1997
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Estudou-se a mortalidade de mulheres em idade reprodutiva (10-49 anos) residentes no município de Campinas no período de 1985 a 1994. As informações de mortalidade foram obtidas das DO (declarações de óbito), fotocopiadas da FSEADE (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) e complementadas, por pesquisa em prontuários clínicos hospitalares. As causas de óbito foram identificadas pelo autor a partir das DOs e codificadas segundo a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão). Os dados de população foram estimados a partir dos dois últimos censos demográficos pelo LAPE/DMPS/FCM/UNICAMP (Laboratório de Análise e Pesquisas Epidemiológicas/Departamento de Medicina Preventiva e Social/Universidade Estadual de Campinas). Analisou-se a mortalidade segundo causas, grupo etário, evolução temporal e evitabilidade. Para análise de tendência utilizou-se a regressão linear simples, adotando-se como limite de significância p<0,05. Os CM (coeficientes de mortalidade) foram crescentes segundo maior idade, variando de 31,9 a 364,2/100.000 mulheres, respectivamente nas faixas etárias de 10-14 e 45-49 anos.

As principais causas de morte e os coeficientes brutos de mortalidade no período foram:

doenças cardiovasculares (28,6), causas externas (22,3), neoplasias (22,1) e doenças infecto-parasitárias (9,2/100.000 mulheres). As causas externas representaram a primeira causa de morte até a faixa etária de 25-29 anos e a terceira após esta idade. As doenças cardiovasculares e neoplasias assumiram as primeiras causas a partir da idade de 30-34 anos. No período houve crescimento da mortalidade por doenças infecto-parasitárias com tendência significativa. Os CMEs por causas evitáveis aumentaram em 20 por cento quando comparados os períodos de 1985-89 com 1990-94, principalmente às custas do expressivo incremento dos óbitos por AIDS. A mortalidade materna foi a nona causa de morte para os dez anos. Para o período de 1992 a 1994, a razão de mortalidade materna (RMM) "corrigida" foi de 42,2/100.000 nascidos vivos, superior à RMM "oficial" 1,67 vezes.

As principais causas de morte materna foram:

complicações do aborto, hemorragias, hipertensão arterial e infecção puerperal. Os resultados deste estudo apontam para a necessidade de medidas político-sociais integradas a ações de saúde na tentativa de controle das mortes por causas possivelmente evitáveis, com ênfase à mortalidade por AIDS, acidentes, violência e materna.

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