Tendência secular do crescimento de escolares brasileiros de alto nível sócioeconômico

Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas to obtain the academic title of Doutor. Leader:

O objetivo deste estudo foi investigar a evolução da estatura, do peso e do Índice de Massa Corporal (IMC) entre escolares e adolescentes brasileiros de classe social elevada. Foi encontrado um arquivo, mantido por mais de 70 anos, em uma escola tradicional do Rio de Janeiro contendo medidas antropométricas utilizadas para fins médicos e esportivos. Os estudantes, usando uniforme de educação física e descalços, eram examinados, medidos e pesados semestralmente por um médico. Os dados eram registrados em um "ficha de educação física". Foram recuperadas 58536 medidas de 3721 estudantes nascidos entre as décadas de 30 e 70.

Foram divididos em 4 coortes de acordo com a década de nascimento:

1930, 1940, 1950 e 1970. As coortes de 60 e 80 foram eliminadas pelo pequeno número de registros encontrados. Foram realizadas análises transversais e longitudinais. Na análise transversal todas as coortes foram comparadas utilizando o modelo matemático de KALBERG et al. (1987) para avaliação do crescimento entre 10 e 18 anos, representado por uma função logística do crescimento. Foi utilizada a transformação de Boltzman (MICROCAL ORIGIN, 1997) para construir a equação, com o quantificar o componente pubertário do crescimento. Foram excluidos estudantes da coorte de 70, por apresentarem poucas medidas e aqueles de outras coortes que tivessem menos de 5 medidas. A análise estatística foi feita utilizando ANOVA e o Teste de Significância de Tukey com p<0,001. Os estudantes da coorte de 70, aos 11 anos, eram 4,11 cm mais altos quando comparados com os nascidos na década de 30, porém esta diferença diminuiu para 2 cm aos 18 anos de idade, não sendo significativa. Utilizando o modelo de análise longitudinal, foi possível observar que os nascidos na década de 30 tiveram o seu pico de velocidade de crescimento mais tardiamente, quando comparados com os estudantes de outras coortes. A altura final, aos 18 anos, para todas as coortes variou entre 1,75 cm e 1,77 cm, sem diferenças estatisticamente significativas, porém maior que a média nacional. Durante todo o processo de crescimento e nas diferentes coortes, ocorreu um aumento do IMC. Concluiu-se que, para os estudantes de alto nível sócioeconômico, ocorreu uma tendência secular positiva para a estatura nos anos pré-puberais, indicando uma tendência secular positiva para o avanço da puberdade.

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