Estudo clínico-epidemiológico das infecções fúngicas em receptores de transplante de medula óssea no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas
Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas to obtain the academic title of Doutor. Leader:
Receptores de transplante de medula óssea constituem uma população de alto risco para ocorrência de infecções fúngicas invasivas (IFI). O conhecimento das caracteriísticas epidemiológicas locais é fundamental para a definiçõa das estratégias de prevenção. Foi feiot um estudo retrospectivo que envolveu 115 pacientes, 91 receptores de enxerto alogênico e 24 receptores de enxerto autólogo, nos quais foram detectadas 15 (13,0 por cento) IFI, 8 (53,3 por cento) delas com identificação microbiológica do patógeno. As fungemias (n=8; 53,3 por cento) e as sinusites (n=4; 26,7 por cento) foram as localizações mais freqüentes. Cinco (62,5 por cento) infecções foram causadas por espécies de Candida e 2 (25,0 por cento) foram causadas por Fusarium sp. Dentre as espécies de Candida, 60,0 por cento eram não-albicans. Cinquenta e dois (45,2 por cento) pacientes apresentaram colonização fúngica; receptores de enxerto alogênico apresentaram maior proporção (52,7 por cento) de colonização do que receptores de enxerto autólogo (16,7 por cento) (p=0,003). O fator de risco independente para ocorrência de IFI nos receptores de enxerto alogênica, identificado por regressão logística multivariada, foi neutropenia prolongada (p<0,001; OR=1,17 [IC95 por cento=1,04-1,24]), enquanto que a não realização de irradiação corporal total no condicionamento agiu como fator independente de proteção ao desenvolvimento de IFI (P=0,021; OR=0,16 [IC95 por cento=0,03-0,76]). Através de análise de regressão logística multivariada, encontramos que mucosite prolongada foi fator de risco independente para ocorrência de colonização fúngica entre os receptores de enxerto alogênico (P=0,014; OR=1,11 [IC95 por cento=1,02-1,21]). A mortalidade atribuível à IFI foi 20,0 por cento. Não houve diferença na sobrevida entre pacientes com ou sem IFI (P=0,173).