Contribuição ao estudo da alimentação coletiva no capitalismo fordista

Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Medicina Social to obtain the academic title of Doutor. Leader:

O objeto do estudo é a complexidade da inserção de um Sistema de Alimentação Coletiva no Capitalismo Fordista.

Foi estabelecido uma sistematização fixada em três etapas:

a) a Alimentação Coletiva frente à gênese, o desenvolvimento e a crise do sistema produtivo fordista; b) a Alimentação Coletiva como uma estratégia do sistema produtivo, tendo em vista a energia humana laboral necessária ao setor produtivo, viabilizada através da oferta de refeições nutricionalmente adequada; c) a experiência brasileira na Alimentação Coletiva e finalmente d) a concepção de um Modelo Conceitual Simbólico da Alimentação Coletiva. O objetivo, portanto, é estabelecer as interfaces entre Nutrição, Trabalho, Capital Produtivo e Setor Produtivo Estatal, a fim de compreender a estrutura funcional da Alimentação Coletiva como parte integrante da Política de Saúde.

Os procedimentos metodológicos para alcançar os objetivos exigiram duas abordagens:

histórica e sistêmica. A primeira se refere a integração espaço-tempo do Sistema de Alimentação Coletiva quando depoimentos de atores sociais que constituem a história da Alimentação Coletiva foram colocados em evidência. A segunda é de natureza holística, o que a diferencia da abordagem clássica, com visão fragmentada. Dentre os enfoques possíveis da abordagem sistêmica optou-se pela aplicação do Modelo Conceitual Simbólico, consubstanciado na Teoria Geral de Sistemas, através do qual é possível descrever a integração dos sub-sistemas encontrados neste setor produtivo a saber: Trabalho, Capital Produtivo, Setor Produtivo Estatal e Nutrição. Neste estudo, Sistema é um conjunto de elementos discretos (componentes ou subsistemas) interconectados ou em interação dinâmica, organizados e agenciados em função de um objetivo, fazendo o referido conjunto objeto de controle. Foram gerados três Modelos Conceituais Simbólicos que representam as memórias da Alimentação Coletiva no paradigma do capitalismo fordista. Eles possibilitaram perceber que com a evolução da tecnologia de alimentos, estudos em Nutrição e o desenvolvimento do capitalismo, o Sistema de Alimentação Coletiva foi se tornando mais complexo. Importante é ressaltar, que o entendimento da dinâmica do setor, só é possível se forem ultrapassados os muros da Nutrição, na busca da interação desta com o meio ambiente. Para tanto, o Modelo Conceitual Simbólico é útil, uma vez que é capaz de colocar em evidência os subsistemas do Sistema de Alimentação Coletiva e as interações entre eles.

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