Temporalidade e velhice: relatos do resgate e da redescoberta do tempo

Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de Säo Paulo. Instituto de Psicologia to obtain the academic title of Doutor. Leader:

Este trabalho teve por objetivo refletir sobre como a temporalidade está expressa nos relatos de histórias de vida de pessoas idosas, acima de 50 anos de idadeinternos do Asilo Lar Betel em Piracicaba e participantes dos Programas de Universidade Aberta à Terceira Idade da UNIMEP- Universidade Metodista de Piracicaba e USP-Esalq - Universidade de Säo Paulo/Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz. Os sujeitos foram 10 idosos, 2 do sexo masculino e 8 do sexo feminino, e estäo distribuídos em dois grupos, cada qual contendo 5 componentes. Em entrevistas abertas, foram colhidas histórias orais de vida com ênfase na vivência temporal dos sujeitos, na experiência do envelhecimento, na questäo que permeia o medo da dependência e da morte. A compreensão dos dados está baseada no discurso livre dos sujeitos entrevistados, a partir de uma abordagem fenomenológica de pesquisa qualitativa. Observa-se que, além de questöes relativas à temporalidade, alguns conflitos existenciais tais como o medo da solidäo e do abandono revelaram-se nos relatos dos idosos asilados; ao passo que o medo da depressäo e da perda da autonomia foram constantes tanto nas narrativas do grupo acima como também nos relatos dos sujeitos participantes do programa de universidade aberta à terceira idade. Foi possível observar que a fragmentaçäo da memória e da própria experiência temporal está relacionada a questöes sociais graves que envolvem tanto o grupo de idosos que participam do programa de universidade aberta como o grupo que está no asilo. Algumas questöes levantadas foram a falta de um suporte educacional efetivo, a falta de preparo da sociedade e de instrumentos sociais para incorporar a pessoa do velho, a situaçäo financeira de cada sujeito e de seus familiares. Sendo assim, os relatos trazem um panorama dos conflitos existenciais vividos por estes sujeitos, mostrando que a influência sócio-econômica contribui de forma determinante para que eles näo tenham uma vida social plena, o que näo pode ser deixada de lado neste exercício de compreensäo da temporalidade

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