Distanásia: até quando prolongar a vida?
Publication year: 2001
Na eutanásia, por piedade, precipita-se a morte; na distanásia, sem piedade, prolonga-se o processo de morrer. Procura analisar a realidade de uma morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento; a realidade de tratamento fútil, que aumenta o sofrimento do doente, e das pessoas ao seu redor, e parece trazer pouco ou nenhum benefício para ele; a realidade em que o fato de ter à mão determinada tecnologia e fármacos poderosos produz sua própria lógica de obstinação terapêutica, mesmo não havendo mais qualquer esperança de cura; é a realidade em que a morte é vista como uma grande inimiga a vencer e na qual não se deixa mais, chegada a hora, a pessoa morrer em paz. A contribuição teológica a este debate mostra sua profundidade ao ir além dos critérios de eficácia, benefício e onerosidade, procurando situar o uso destes critérios no contexto da discussão sobre o sentido que tem a vida e a morte do ser humano e sobre como integrar a ciência e a tecnologia no processo de despedida a uma vida que está chegando ao seu fim natural. Esta procura do sentido é um quadro referencial importante para a ética na sua busca de pistas concretas para agir diante do mistério da morte e do morrer (LMM)