A construção da capacidade de Estado, nos anos 90, assentada principalmente no conceito de eficiência, é assumida como objetivo central da Reforma do Estado brasileiro e de seu aparelho. O objetivo deste estudo é conhecer como o conceito de eficiência é concebido e difundido no ideário e na proposta da Reforma Setorial do Estado e como as instituições públicas de saúde e, seus trabalhadores, o percebem, incorporam, resistem ou redefinem. Foi feita uma análise, através de categorias significativas, dos documentos de divulgação produzidos pelo Ministério da Administração e Reforma do Estado. Realizamos, também, um estudo de caso no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), analisando-se como o conceito de eficiência se manifesta: nos vários tipos de textos produzidos na instituição em estudo; no comportamento de indicadores selecionados de produção e produtividade entre 1994/2000; no discurso dos trabalhadores (percebem e redefinem o conceito de eficiência); ressaltando quais os mecanismos de resistência adotados. Para essas análises utilizamos entrevistas semi-estruturadas com o corpo direito e grupos focais com os trabalhadores. Pudemos constatar que o conceito de eficiência, nas várias nuanças que revestem sua raiz econômica, foi, não apenas apreendido, incorporado e traduzido, mas tem sido mesmo implementado através de mudanças organizacionais e culturais no cotidiano do Hospital das Clinicas/UFMG.