Cerca de 20 milhões de pessoas, em todo o mundo, säo portadoras de cálculos biliares e, aproximadamente, seiscentas mil vesículas säo removidas anualmente. A colecistectomia videolaparoscópica tem-se confirmado como a técnica preferida de se extirpar a vesícula biliar na maioria dos países desenvolvidos. Nessa técnica, o uso insidioso do eletrocautério tem sido relacionado com lesões sérias intra-operatórias, tais como: queimaduras intestinais, do ducto biliar, risco de hemorragia intra-operatória e infecçäo. O presente estudo foi desenvolvido para avaliar a extenso das lesões macroscópicas e microscópicas, provocadas pelos bisturis elétricos monopolares e bipolares no fígado de ratos. Foram utilizados quatro grupos de ratos, cada um com 16 animais, que foram submetidos à eletrocauterizaçäo hepática. Nos grupos 1 e 2, utilizou-se bisturi monopolar, ajustado nas intensidades 30w e 40w respectivamente; enquanto nos grupos 3 e 4, usou-se o bipolar nas intensidades 30w e 40w. Os animais foram sacrificados aos pares, de acordo com a seguinte cronologia: DO, D3, D6, D9, D12, D15, D20 e D30. As peças cirúrgicas foram analisadas macroscopicamente, utilizando-se uma lupa e paquímetro, e histologicamente, por meio de uma lente milimetrada. A extensäo da lesäo microscópica do fígado foi maior no grupo 2 (2m84mm ñ 0,91) que no 4 (2,55mm ñ 1,31) (p<0,05); a lesäo macroscópica do fígado no grupo 4 (6,68 ñ 2,35) foi maior que no 3 (5,18mm ñ 1,27) (p<0,05). Na intensidade de 30w, näo existe diferença significativa entre os bisturis monopolares e bipolares, enquanto na intensidade de 40w, a lesäo hepática foi maior quando se utilizou o bisturi monopolar