O estudo dos hábitos de sucçäo näo nutritiva possui uma relevância incontestável. Sua abrangência é complexa, pois envolve näo somente o conhecimento do crescimento e desenvolvimento da oclusäo, mas também de aspectos psicológicos que acompanham os mecanismos de instalaçäo e prolongamento ou persistência destes hábitos em crianças nas quais se manifestam. Com a finalidade de verificar a prevalência e a possível correlaçäo da persistência dos hábitos de sucçäo näo nutritiva com fatores associados à criança e seu contexto familiar, o presente trabalho pesquisou uma casuística de 1606 crian;as na faixa etária de 5 a 9 anos, através de questionários respondidos pelos pais. Os resultados indicaram uma prevalência de 19 por cento de hábitos, havendo predominância para o sexo masculino. Observou-se uma associaçäo negativa entre a incidência de hábitos de sucçäo näo nutritiva prolongados e a idade das crianças. O fato da mäe estar grávida no momento da pesquisa representou uma diminuiçäo de 30 por cento na chance da criança apresentar o hábito persistente. Foi verificado também que as crianças que utilizaram mamadeira, independente do tempo de utilizaçäo, apresentaram estatisticamente três vezes mais chance de ainda manter o hábito do que aquelas que nunca utilizaram; e que quando comparadas às crianças que visitavam o dentista regularmente, aquelas que nunca haviam tido este contato ou quando o tiveram näo permitiram o tratamento, mostraram maior probabilidade de persistir com algum hábito de sucçäo näo nutritiva