Circulação de espécies termofílicas de Campylobacter em primatas não-humanos mantidos em cativeiro
Publication year: 2000
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Doutor. Leader:
As bactérias termofílicas pertencentes ao gênero Campylobacter vêm sendo estudadas nos últimos trinta anos, devido ao seu envolvimento com problemas gastrentéricos, observados no homem e demais animais homotérmicos. Do ponto de vista das alterações causadas no hospedeiro por estes microrganismos existem vários pontos ainda obscuros, havendo necessidade do desenvolvimento de um maior número de investigações nesta área. Os primatas não-humanos, devido à proximidade e características filogenéticas semelhantes à espécie humana, constituem valiosos "reagentes biológicos" para as pesquisas, o que evidencia a importância de se investigarem suas infecções naturais, como aquela resultante por campylobacters termofílicos. Assim sendo, procurou-se avaliar a circulação de Campylobacter sp. nos primatas mantidos em cativeiro no Setor de Primatologia da FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ, como também nos afluentes de suas gaiolas, visando subsidiar conhecimentos de fatores ecológicos e epidemiológicos relacionados a esta comunidade fechada. Foram analisados, durante os manejos zootécnicos anuais, realizados no período de 1995 a 1999, 1.851 espécimens de fezes de primatas, permitindo o isolamento de 621 estirpes do gênero Campylobacter (33,55 por cento). A amostragem ambiental englobou 539 coletas de águas residuais, nos períodos de maio a agosto de 1995 e de janeiro de 1996 a julho de 1997, possiblitando a obtenção de 140 cepas deste microrganismo (25,97 por cento). Na espécie Macaca mulatta (macaco Rhesus) os isolamentos oscilaram de 13,9 a 49,3 por cento mantendo-se uniformes em três anos consecutivos (1996, 1997 e 1998). Os macacos Cynomolgus (Macaca fascicularis) albergan em maior número este patógeno, tendo uma média elevada de isolamentos (77 por cento), diametralmente oposto ao gênero Saimiri (Macacos de Cheiro) com apenas 8,74 por cento de isolamentos. O nível de possibilidade por gaiola oscilou de tal maneira que não indica ter havido qualquer predomínio de uma gaiola (FALTA ALGO)s revaleceu sobre a espécie C.jejuni, tanto no material fecal dos animais (23,51 e 8,21 por cento) quanto no ambiental (47,16 e 4,27 por cento). O Campylobacter coli biotipo I de Lior predominou sobre os demais em todas as amostragens. O número de cepas caracterizadas como Campylobacter sp. foi mais alto nos animais (68,28 por cento) do que no ambiente (48,57 por cento).